A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram mais uma operação contra a Braiscompany, uma pirâmide de criptomoedas que teria movimentado ilegalmente R$ 2 bilhões nos últimos anos, na manhã desta sexta-feira (21).
Os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP) e Aracaju (SE). Além disso, houve o bloqueio de R$ 136 milhões em bens dos investigados, conforme determinado pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba.
Essa é a quarta vez que o esquema vira alvo da operação, sendo as operações anteriores foram realizadas em fevereiro, abril e maio. A Braiscompany deixou milhares de vítimas no Brasil, e as autoridades continuam atuando para coibir suas atividades ilegais.
A ação de hoje, intitulada de “Trade-Off”, é um novo desdobramento da Operação Halving, que foi criada com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro proveniente de crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.
Relembra o caso
A Braiscompany, fundada em 2018 em Campina Grande (PB) por Antonio Inacio da Silva Neto e Fabricia Farias Campos, operava sob um modelo de negócio semelhante a outros esquemas fraudulentos, como a GAS Consultoria e a Rental Coins. A empresa atraía clientes prometendo rendimentos de até 9% por meio de supostas operações de trading com criptomoedas.
No entanto, no final do ano passado, a companhia deixou de efetuar os pagamentos aos seus clientes. As vítimas relataram perdas significativas, chegando a pelo menos US$ 260 milhões, o que levou o Ministério Público da Paraíba a abrir uma ação civil pública contra a empresa.
Neto e Fabricia já se envolveram antes com golpes associadas a criptoativos. Um deles foi o D9 Club de Empreendedores, um conhecido esquema que usava moedas digitais como fachada para atrair e lesar vítimas.
Criptomoedas: Câmara instala CPI
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pode ler nesta terça-feira (16) o requerimento de abertura da quinta CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso na atual legislatura.
O texto trata sobre a investigação de esquemas de pirâmides financeiras com uso de criptoativos. O pedido de criação do colegiado, que não tem prazo máximo para ser lido, foi apresentado pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
De acordo com o requerimento apresentado pelo parlamentar carioca, existem mais de 200 empresas suspeitas de operar pirâmides financeiras com criptomoedas no país, sendo a mais notória delas a paraibana Braiscompany, acusada de um golpe superior a R$ 1 bilhão.