O colegiado da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou que a Americanas (AMER3) deve fornecer a lista de seus acionistas ao Instituto Ibero-Americano da Empresa. A associação vem reunindo minoritários para se juntar ao processo de arbitragem que iniciou em janeiro, mês em que veio a público o rombo contábil de R$ 20 bilhões da varejista. A listagem é importante para arregimentar mais acionistas ao processo.
“É preciso que ao menos 2% dos acionistas sejam reunidos para que o processo siga em frente”, disse ao Infomoney Eduardo Silva, presidente do instituto. A alternativa para a demanda prosseguir é o pagamento de caução, ou seja, uma garantia para o caso de a demanda ser julgada improcedente.
O instituto pediu a listagem de acionistas em 31 de maio, mas não foi atendido pela Americanas. Ontem, por unanimidade e seguindo o voto do presidente da autarquia, João Pedro Nascimento, o colegiado da CVM atendeu o recurso interposto pelo instituto.
Americanas: ações contra varejista são suspensas por 180 dias
A Americanas emitiu fato relevante na noite desta terça-feira (11) informando ao mercado que a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro concedeu à companhia a prorrogação do stay period.
Na prática, a medida suspende todas as ações e execuções existentes contra a varejista, bem como da exigibilidade dos créditos concursais, pelo prazo de 180 dias contados do término do stay period concedido no momento do deferimento do pedido de recuperação judicial do Grupo Americanas.
As ações da companhia fecharam com alta de 0,89% no pregão do Ibovespa desta terça-feira (11), com cotação de R$ 1,14.
Devido à crise, a Americanas já perdeu cerca de 10% na sua base de clientes ativos, cerca de 5 milhões de clientes, na janela entre dezembro de 2022 e maio de 2023, passando de 49,1 milhões para 44,2 milhões no período.
Entre o final de 2022 e 18 de junho, foram encerradas 43 lojas, o que representa aproximadamente 2,3% do total. Agora, a empresa conta com 1.837 unidades em funcionamento.