O IRB (IRBR3) reportou lucro líquido de R$ 6,1 milhões em abril, revertendo o resultado negativo de R$ 92,7 milhões registrado no mesmo mês de 2022. Já o índice de sinistralidade ficou em 76,5%, ante 103,1% um ano antes.
Em abril deste ano, os prêmios emitidos pelo IRB, por sua vez, somaram R$ 412,4 milhões, queda em comparação com os R$ 552,8 milhões reportados no mesmo período do ano anterior.
Segundo os analistas do J.P. Morgan, o valuation das ações do IRB precifica uma recuperação substancial da lucratividade, que não está refletida nos números de abril.
Ainda de acordo com o banco norte-americano, o lucro líquido implica um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 4% e representa uma piora em relação à média de cerca de R$ 11 milhões por mês reportada no primeiro trimestre após o ajuste.
Com o desempenho de abril, o IRB acumula nos primeiros quatro meses do ano lucro líquido de R$ 14,6 milhões, ante prejuízo de R$ 12,2 milhões em relação ao mesmo período de 2022.
IRB (IRBR3): Santander (SANB11) eleva preço-alvo
As ações do IRB (IRBR3) tiveram seu preço-alvo elevado de R$ 24,00 para R$ 43,00 pelo Santander (SANB11). Apesar disso, a instituição financeira reiterou recomendação neutra para os papéis da companhia.
“Estamos revisando nossas estimativas para o IRB, uma vez que a empresa obteve lucro no 1T23, e para incorporar uma sinistralidade melhor e premissas de crescimento de prêmios mais conservadoras em nosso modelo”, escreveram os analistas Arnon Shirazi, Anahy Rios e Henrique Navarro em relatório.
O Santander projeta que o IRB atinja um lucro líquido de R$ 142 milhões em 2023, com um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 3,5% – abaixo de sua projeção de 13%.
“Nossos números estão em linha com o consenso, mas abaixo do número que chegaríamos pelo cálculo da estimativa de lucro líquido da empresa a partir do consumo de créditos tributários”, pontuaram os analistas da instituição financeira.
Apesar do otimismo com a resseguradora, o Santander alertou sobre a importância do evento climático El Niño. “É importante ressaltar que, embora acreditemos que a empresa esteja passando por uma história de turnaround, vemos a probabilidade de um novo evento El Niño como uma ameaça potencial à recuperação da empresa, pois pode levar a um aumento da sinistralidade novamente”, afirmou.
Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), há uma probabilidade de 93% de um evento El Niño acontecer em 2023/2024, afetando safras agrícolas.
“Embora reconheçamos que o IRB reavaliou a maioria de seus prêmios recentemente, provavelmente incorporando riscos de novos eventos climáticos, bem como sua exposição, ainda vemos riscos para os resultados da empresa”, completou o Santander.