O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira (19) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no Palácio da Alvorada, em Brasília. Os dois discutiram a reforma tributária e o arcabouço fiscal, que tem votação prevista para esta semana no Senado. A informação é do jornal “Valor Econômico”.
Após o encontro, Haddad e Lula entraram em uma reunião sobre o Plano Safra com os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Segundo o “Valor”, essa reunião começou por volta das 16h15 (de Brasília).
O Governo Federal está preocupado com a possibilidade de atraso na entrada em vigor do arcabouço fiscal, que irá substituir o teto de gastos, por conta de mudanças que o Senado pretende fazer no texto aprovado pela Câmara. A votação no Senado deve ocorrer na próxima quarta-feira (21).
De acordo com o “Valor”, o Planalto e a equipe econômica esperam que tudo esteja resolvido até quarta-feira, quando Haddad embarca para Paris. Na capital francesa, o ministro da Fazenda se juntará a Lula em uma reunião com o presidente Emmanuel Macron.
Quanto à reforma tributária, tanto Lula quanto Haddad pretendem ter o projeto aprovado na Câmara até o recesso parlamentar, em julho. No entanto, existem detalhes a serem acertados, como alíquotas diferenciadas para determinados setores.
Haddad: ‘Corte de juros deveria ter sido em março’
Na véspera de mais uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que vai definir a taxa de juros no Brasil (Selic), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a pressionar o BC (Banco Central) pela redução do índice, que hoje está em 13,75%.
Haddad afirmou nesta segunda-feira (19) que o início do corte da Selic já deveria ter ocorrido. “Pra mim, deveria ter sido em março. Vamos ver, vamos aguardar” disse Haddad, em conversa com jornalistas na Fazenda.
Também nesta segunda, analistas do mercado financeiro consultados pelo BC no Relatório Focus reduziram a estimativa para a taxa básica de juros da economia, ao fim de 2023, de 12,5% para 12,25% ao ano. Foi a primeira expectativa de redução depois de oito semanas de estabilidade.
No mês de março, a equipe econômica de Haddad apresentou as linhas gerais do novo marco fiscal, que deverá substituir o teto de gastos no controle das contas públicas. O projeto de lei que regulamenta a regra fiscal está em trâmite no Senado e deve ser votado ainda esta semana, com possíveis alterações.