O presidente da Americanas (AMER3), Leonardo Coelho Pereira, revelou nesta semana que a fraude contábil envolvendo os balanços da empresa envolveu ao menos 30 funcionários. Segundo o executivo, todos já estão sendo dispensados.
A afirmação de Pereira foi feita durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara, que versa sobre o caso da Americanas. O presidente da varejista chegou a apresentar um relatório de uma investigação independente sobre o que ocorreu na companhia.
Ainda de acordo com Pereira, as fraudes não envolvem nem os acionistas de referência, que incluem Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, e nem o Conselho de Administração da Americanas.
Nesta sexta-feira (16), por volta das 14:10 (de Brasília), as ações da Americanas avançavam 0,83%, cotadas a R$ 1,21.
Americanas (AMER3) admite fraude após investigação e acusa ex-diretoria
A Americanas (AMER3) revelou, por meio de investigação interna, que uma antiga diretora da empresa tinha conhecimento das fraudes contábeis que a empresa sofreu, e que foram anunciadas no início deste ano. As informações foram divulgadas em um fato relevante enviado ao mercado na manhã da última terça-feira (13).
“Foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores”, aponta o documento.
Ainda segundo o documento, essas operações aconteceram por um período significativo e alcançaram, em número preliminares e não auditados, a marca de R$ 21,7 bilhões no fim de setembro de 2022.
“As contrapartidas contábeis em balanço patrimonial desses contratos de VPC criados ao longo do tempo, os quais não tiveram lastro financeiro associado, se deram majoritariamente na forma de lançamentos redutores da conta de fornecedores, totalizando, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 17,7 bilhões em 30 de setembro de 2022. A diferença de R$ 4 bilhões teve como contrapartida lançamentos contábeis em outras contas do ativo da companhia”, continuou o fato relevante.
A investigação contou que a antiga diretoria da Americanas “contratou uma série de financiamentos nos quais a companhia é devedora sem as devidas aprovações societárias, todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial na conta fornecedores”.