A XP (XPBR31) e o BTG Pactual (BPAC11) são protagonistas em uma disputa bilionária pela criação de uma liga para organizar o futebol brasileiro. De um lado, o BTG, junto com o Codajáras Sports Capital, atraiu um investimento de R$ 4,75 bilhões do Mubadala Capital para a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Sendo que a proposta envolve uma fatia de 20% da liga a ser criada, por um prazo de 50 anos. As informações são do “NeoFeed”.
Em termos parecidos, a XP trouxe um investimento de R$ 4,85 bilhões de um consórcio da gestora brasileira Life Capital Partners (LCP) e do fundo americano Serengeti Asset Management, para a Liga Forte Futebol (LFF).
Os dois representantes já buscam alternativas para vencer a disputa. O Mubadala já se movimentou e apresentou uma nova proposta, adicionando um valor de R$ 2,4 bilhões a mais por 12,5% das receitas de um bloco comercial, e não de uma liga, para negociar as cotas de transmissão.
À reportagem, Sergio Carneiro, diretor-executivo do Mubadala no Brasil, afirmou que o fundo não pode ser refém. “Nós atendemos 95% dos pleitos e chegamos no limite do que podíamos fazer de concessões”, disse. “A hora é agora e vamos seguir em frente”, concluiu o representante.
Anteriormente, em negociação que envolveu o bloco da LFF, o fundo flexibilizou questões como o aporte total atrelado à adesão dos 40 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro. Nesse intervalo, aceitou pagar R$ 4 bilhões caso os 18 times que se alinharam à Libra aceitassem o acordo. Agora, o grupo definiiu que o bloco será criado a partir da adesão de quatro grandes times: Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
No entanto, se comprometeu a antecipar R$ 3 milhões para cada time, incluindo aqueles além do quarteto, na assinatura do contrato, prevista para o fim deste mês.
“O mundo ideal seria caminhar direto para a liga”, diz Bruno Amaral, sócio do BTG que lidera as ações do banco nesse processo. “Mas o formato do bloco comercial não exclui a criação da Libra. É um passo intermediário para que isso aconteça e vamos seguir gastando toda nossa energia nessa direção.”
Analistas analisam propostas
Alguns analistas acreditam que a nova oferta pode estar relacionada a possíveis desfalques na escalação da Liga de Futebol da Libra (LFF). Em 10 de junho, John Textor, empresário americano que assumiu o controle da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Botafogo, anunciou a saída do clube da liga. No entanto, ele enfatizou que não se juntaria à LFF.
Textor expressou preocupação com a situação, afirmando que havia prometido levar o clube de volta à estabilidade econômica em um período de três anos. No entanto, ele percebeu que, mesmo após metade desse tempo, ainda está longe de atingir a sustentabilidade econômica. Ao observar os prazos estabelecidos pela LFF, ele destacou que não pode ignorar as preocupações que isso levanta.