A defesa de Timotheo Barros, ex-diretor da Americanas (AMER3), emitiu uma nota em resposta às acusações feitas contra o executivo no fato relevante divulgado pela empresa e nos documentos apresentados na CPI da Câmara dos Deputados. Segundo os advogados, as afirmações da empresa contêm informações falsas e os documentos foram apresentados de maneira irresponsável e “leviana”. As informações são do Estadão
“O fato relevante informado ao mercado na data de ontem contém inverdades e faz acusações que precisarão ser provadas. No mesmo dia, baseado em documento elaborado de modo parcial para perturbar as apurações, trechos do que seria parte de relatório de investigação feita pelos advogados da empresa (não pelo comitê independente) foram mostrados de maneira leviana em comissão do Congresso Nacional, apresentando meras opiniões de suspeitas como verdades”, diz a nota.
Os escritórios Moraes Pitombo Advogados e França e Nunes Pereira Advogados, responsáveis pela defesa de Timotheo Barros, afirmam que todas as situações serão investigadas pelas autoridades competentes por meio de requerimentos formais apresentados pela defesa.
Na quarta-feira (15), o executivo e demais membros da diretoria estatutária da Americanas foram acusados de envolvimento em fraude de resultados da companhia. Trechos de trocas de mensagens de Barros foram apresentadas como documentos à CPI.
Nelas, Barros aparece dizendo que apresentar um endividamento maior ao mercado seria “morte súbita” e também questiona, em outros trechos, como estaria a conversa com os bancos para retirar informações das cartas circularização, usadas pela auditoria.
Americanas (AMER3): admissão de fraude pode ter bônus e ônus; entenda
Na última terça-feira (13), o conselho de administração da Americanas (AMER3) revelou, por meio de investigação interna, que a antiga diretoria da companhia tinha conhecimento das fraudes contábeis que foram reveladas no início deste ano.
Em relatório, a varejista indicou que o ex-CEO Miguel Gutierrez, os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e os ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes participaram do rombo de mais de R$ 20 bilhões.
Na visão de Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, essa admissão de fraude pode resultar em um cancelamento da recuperação judicial da varejista, que está em curso desde janeiro deste ano.
“O comunicado da Americanas pode resultar no cancelamento do processo de recuperação judicial da companhia e na execução imediata dos controladores. Caso a fraude seja comprovada, os controladores e o patrimônio da Americanas terão que responder pelos prejuízos causados a fornecedores e acionistas”, explicou Bravo ao BP Money.