Mercado Livre (MELI34): bancos recomendam compra

As ações do Mercado Livre receberam recomendação de compra da Goldman Sachs e do Itaú BBA

As ações do Mercado Livre (MELI34) receberam recomendação de compra da Goldman Sachs e do Itaú BBA. De acordo com o banco norte-americano, a varejista está se beneficiando da crise da Americanas (AMER3), que gerou uma rápida mudança no e-commerce brasileiro.

Nas projeções da Goldman Sachs, a fatia de mercado obtida pelo Mercado Livre pode ter chegado a 760 pontos-base apenas entre janeiro e março, atingindo uma participação de 37%, sem muita perda de margens. Em comparação, o Magazine Luiza (MGLU3), que vem em segundo lugar em ganho de share no mesmo período, teve alta de 150 pontos-base, chegando a 19%.

“A estrutura do mercado de comércio eletrônico do Brasil continua evoluindo rapidamente, com o Mercado Livre assumindo uma participação descomunal no primeiro trimestre de 2023”, escreveu o time da instituição financeira dos EUA.

Além disso, o banco norte-americano também estima que o mercado de comércio eletrônico do Brasil pode ter atingido um faturamento de R$ 61 bilhões entre janeiro e março deste ano. Ao mesmo tempo, o Mercado Livre adicionou até R$ 5 bilhões em volume de vendas brutas (GMV, na sigla em inglês).

O Itaú BBA, além de citar a base de usuários ativos, também destaca a regulação do uso de dados do Mercado Livre.

“A regulamentação está desencadeando o uso de dados próprios para medição de anúncios. Nos últimos anos, a regulamentação tornou a coleta, uso e propagação de dados de terceiros muito mais difíceis, particularmente no nível individual, levando a medições de campanha menos precisas e qualidade inferior”, afirmaram os analistas da casa.

Os especialistas do Itaú BBA também pontuam que os buscadores dos e-commerces terão cada vez mais importância nas vendas online, algo em que o Mercado Livre se destaca.

“Esse desenvolvimento reforçou o caso das redes de mídia de varejo, que possuem os dados mais vitais: os de compra. O mercado de mídia de varejo [ou retail media] está ganhando força e crescendo exponencialmente. Depois de um longo período em que o crescimento marginal do mercado de anúncios foi impulsionado principalmente pelas páginas de busca e redes sociais, os anúncios do varejo ganham destaque”, disseram.

“O Mercado Livre tem se concentrado em anúncios de mídia de varejo ultimamente. A rápida trajetória das receitas desta frente foi impulsionada pelos esforços em desenvolver uma plataforma de anúncios competitiva nos últimos trimestres, que inclui as pilhas de dados 1P que seus concorrentes gigantes da tecnologia não podem fornecer”, acrescentaram o time do BBA, liderado por Thiago Macruz.

Mercado Livre (MELI34) vai abrir quase 6 mil vagas de emprego

O Mercado Livre (MELI34) anunciou em 20 de abril que abrirá 5,7 mil vagas no Brasil ao longo de 2023. A empresa espera ter um quadro de 21 mil funcionários na operação brasileira, denotando um crescimento de 37% sobre o ano passado.

O Mercado Livre diz que as áreas de tecnologia e produto devem concentrar a maior parte das vagas. Outros destaques ficam por conta de contratações em logística e no Mercado Pago, o banco digital do grupo.

Em nota, a companhia informou que mantém o modelo de trabalho flexível para os colaboradores das áreas administrativas.

Considerando toda a operação na América Latina, o Mercado Livre planeja contratar mais de 13 mil profissionais ao longo de 2023 em seis países da região. O Brasil será o país com o maior número de contratações, seguido por México e Argentina.