As ações da Cielo (CIEL3) tiveram sua recomendação de compra rebaixada para neutra pelo J.P. Morgan. O banco norte-americano ainda cortou o preço-alvo das ações da companhia de R$ 8,00 para R$ 6,00.
Em relatório, os analistas da casa destacaram terem recomendado a compra dos papéis da Cielo em maio de 2022 por uma combinação de i) melhor a dinâmica de preços (aumentos de preços) e ii) POS (ponto de venda) forte levando em conta o nível da indústria. Entretanto, ambas as forças parecem ter perdido força em 2023.
“Particularmente, esperamos que a desaceleração substancial no crescimento do TPV da indústria continue (taxas de crescimento de entre 13% e 16% para meados de um dígito), o que poderia desencadear reações comerciais mais agressivas por parte dos players, em nossa opinião”, escreveram.
Os especialistas do J.P. Morgan ainda citam que um potencial “destronamento” da Cielo como líder de mercado pela Rede também pode trazer preocupação sobre uma possível reação da empresa e dos bancos controladores, gerando custos mais elevados.
“Nos custos, vemos menor espaço para ganhos de eficiência e as despesas na Cielo Brasil já começaram a superar o TPV no 1T23, algo não visto desde 2019”, afirmaram.
Além disso, o banco dos EUA também aponta que o corte de preço-alvo da Cielo é fruto do maior custo de capital, refletindo o aumento do risco de concorrência e menor crescimento do Volume Total de Pagamentos (TPV, na sigla em inglês) em todo o setor.
Nesta terça-feira (6), por volta das 15:35 (de Brasília), as ações da Cielo recuavam 3,81%, cotadas a R$ 4,54.
Cielo (CIEL3): BTG Pactual (BPAC11) recomenda compra
Por outro lado, as ações da Cielo (CIEL3) receberam recomendação de compra do BTG Pactual (BPAC11). Além disso, o banco de André Esteve estipulou um preço-alvo de R$ 7,60. Os analistas da instituição financeira se reuniram recentemente com os executivos da companhia de cartões, que relataram um foco na rentabilidade enquanto o volume total de pagamentos (TPV) tem ficado abaixo do esperado.
“A Cielo manifestou preocupação com o TPV do setor em 2023. Os executivos acreditam que as perspectivas de crescimento do mercado para este ano se deterioraram consideravelmente, levando-os a um crescimento de 10%, bem abaixo dos 14% a 18% de projeção da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)”, escreveram os especialistas.
“A Cielo sinalizou que atividade de varejo continua fraca no acumulado do ano, com volumes decepcionantes nas vendas do Dia das Mães. No entanto, apesar de volumes potencialmente moderados à frente e perda de participação de mercado [market share], a Cielo vê ventos favoráveis que beneficiarão seus resultados, incluindo o incremento de preço mais recente, de março, benefícios do limite de intercâmbio de pré-pago, expansão do negócio de pré-pagamento e melhoria contínua nos resultados da Cateno”, acrescentou o BTG em relatório.