A venda de automóveis leves registrou queda de 4,86% em maio de 2023, em relação ao mesmo mês do ano passado. Os números foram divulgados pela Bright Consulting nesta quinta-feira (1º), com base no licenciamento de automóveis em órgãos de trânsito, confirmaram tal tendência. Eles indicam que foram vendidas 166,3 mil unidades de carros de passeio e utilitários leves, em maio. O resultado ficou 8,3% abaixo dos cálculos da consultoria para esse mês. A retração do consumidor, que decidiu esperar que o programa governamental entre em vigor, levou à perda de vendas de mais de 15 mil veículos.
A empresa havia estimado um resultado negativo para o setor, por causa do conjunto de medidas anunciado pelo governo federal para diminuir o preço dos veículos – no “pacote do carro popular”. A iniciativa criou uma expectativa de barateamento dos carros, a partir da qual os consumidores adiaram suas compras. As informações são do Metrópoles, parceiro do BP Money.
As locadoras também seguraram pedidos. A venda direta do fabricante para frotistas diminuiu de quase 50% do total em meses anteriores para 45,5%, em maio. A queda só não foi maior porque parte dos veículos vendidos no país está na faixa de preço acima dos R$ 120 mil, cujo valor não será afetado pelas medidas do governo.
Para o diretor de produtos da Bright Consulting, Murilo Briganti, as vendas dos próximos dias tendem a continuar fracas. Mas, se confirmada a redução dos valores, o mercado de automóveis tende a aquecer ao longo de junho.
Haddad: pacote para carro popular recebe aval de Lula
O pacote de estímulo à produção de carros populares recebeu nesta quinta-feira (1º) o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele apresentou ao Palácio do Planalto a versão final do programa, que será analisada pela Casa Civil. As informações são da Agência Brasil.
O ministro não informou a data de lançamento. Segundo ele, a data dependerá da agenda do presidente Lula e da superação de entraves burocráticos, como pareceres da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Ele, no entanto, adiantou que espera que a Casa Civil conclua a análise da medida provisória na segunda-feira (5).
Haddad apenas disse que o programa durará “em torno de quatro meses”, e explicou que a redução temporária de impostos não trará impacto para os cofres públicos porque a fonte de financiamento está definida.
“Nós fechamos um entendimento. Ficou um desenho bom para o MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], bom para a Fazenda. Os dois ministérios estão muito bem contemplados”, disse Haddad ao retornar do Planalto. De acordo com ele, o pacote vigorará até que os juros comecem a cair no Brasil.
“Essa é uma questão limitada aos próximos meses para que não haja demissões. Sobretudo há uma preocupação muito grande com o emprego na indústria automobilística e em toda a cadeia [produtiva]. É uma coisa temporária, com valor definido e tempo definido”, explicou o ministro.
Segundo Haddad, Lula validou a fonte de recursos para financiar o programa. De acordo com ele, o impacto final da renúncia de impostos será inferior aos US$ 2 bilhões inicialmente anunciados e será integralmente compensado. “O impacto não só não chega aos US$ 2 bilhões como está mais compensado pelas medidas que levei ao presidente da República”, declarou.