Light (LIGT3): MP e bancos questionam recuperação judicial

MP e bancos acionaram a Justiça do Rio pedindo a retirada das concessionárias de energia do processo de recuperação judicial obtido pela holding Light SA

O Ministério Público do Rio de Janeiro, Citibank (CTGP4), Santander (SANB11) e Itaú (ITUB4) entraram com os chamados embargos de declaração, pedindo a retirada das concessionárias de energia do processo de recuperação judicial obtido pela holding Light SA (LIGT4) na última segunda-feira (15), que tem dívidas de R$ 11 bilhões.

Além de MP e bancos, Simplific e Vórtx também entraram com ação na Justiça do Rio. Eles representam ainda o Pentágono. Juntos, as instituições somam R$ 3 bilhões em debêntures (títulos de longo prazo) e representam mais de 30.000 investidores, “a maior parte deles pessoas físicas, de classe média, ou fundos de pensão”. As informações são do jornal “O Globo”.

A Light SA é a holding que controla Light Serviços de Eletricidade, que é a distribuidora de energia do grupo e que atua em 31 municípios do Rio; a Light Energia, de geração; a LightCom, a comercializadora de energia; e a Light Conecta, de serviços. As empresas têm 11 milhões de clientes.

Assim como os bancos e as gestoras, o MP questiona a decisão do juiz da 3ª Vara do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Alberto Carvalho Alves, que, ao deferir o pedido de recuperação judicial, estendeu os benefícios da proteção judicial da holding às controladas. Na decisão, o magistrado esclareceu que a holding está “em recuperação” judicial e as concessionárias estão “na recuperação” judicial.

Em outra ação, as gestoras Simplific e Vórtx afirmam que, desde a proteção cautelar obtida pela Light SA, “nada foi negociado ou efetivamente proposto pela administração do Grupo Light para tentar buscar uma solução consensual com os seus credores em relação aos títulos de dívida”.

Porém, na tarde desta quarta-feira (17), o desembargador Jose Carlos Paes, não acatou os argumentos da Simplific e Vórtx e deu ganho para a Light, que é representada pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados.

Nelson Tanure consegue apoio de credores da empresa

Agora com 10% de participação na Light, Nelson Tanure, conseguiu o apoio inicial de credores para planejar, em conjunto, um plano de renegociação da dívida e a viabilização da operação da empresa, aponta apuração da Piperline.

O empresário se reuniu com debenturistas, na manhã desta quarta e se mostrou aberto a conversar com intuito de alcançar uma solução consensual e que pode envolver vendas de ativos da empresa para gerar recursos. “Ele quer manter a boa relação da empresa com o mercado para garantir capacidade de financiamento da companhia”, disse uma fonte. 

A Light informou na terça que a gestora WNT, a empresa de investimento de Tanure, assumiu 10,02% da elétrica, se tornando o segundo maior acionista da companhia, ultrapassando Carlos Alberto Sucupira, que tem 10%, mas fica atrás de Ronaldo César Coelho com 20%.