O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), revelou nesta terça-feira (2) que a definição dos dois novos diretores do Banco Central deverá ser feita ainda nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração de Haddad foi feita durante conversa com jornalistas na sede da pasta, em Brasília.
As diretorias de Política Monetária, antes ocupada por Bruno Serra, e de Fiscalização, antes presidida por Paulo Souza, estão abertas para uma indicação do atual governo desde o fim de março, quando encerraram os mandatos formais. Ambos foram nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Para que possam assumir, os dois nomes a serem indicados por Lula e Haddad precisam ser sabatinados e aprovados pelo Senado Federal.
Haddad prevê impacto fiscal com juros altos
Na última quinta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que, se a economia brasileira continuar desacelerando por conta dos juros altos, haverá “problemas fiscais” nas contas públicas. A declaração do ministro foi dada durante sessão no Senado sobre juros, inflação e crescimento econômico, na qual também participou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Não vejo a política fiscal, monetária e prudencial separadas umas das outras. Elas fazem parte da mesma engrenagem. Se a economia continuar desacelerando, por razões ligadas à política monetária [taxa de juros alta, fixada pelo Banco Central], vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação vai ser impactada. Não tem como separar. Se desacelera a economia, vou ter impactos fiscais”, argumentou Haddad.
“Se eu desacelero a economia, saindo de 4% para 3%, para 2%, para 1%, eu vou ter impactos fiscais, e nós estamos tomando medidas inclusive difíceis de tomar, impopulares, sobretudo por causa do populismo praticado [nas eleições], que surrupiou quase R$ 40 bilhões dos estados no ano passado, mais R$ 60 bilhões de Receita Federal – no ano passado”, acrescentou.
Nos últimos meses os juros altos têm sido motivo de atritos entre o governo Lula e sua equipe econômica, liderada por Haddad, com o Banco Central.