A Hurb enfrentará uma ação judicial aberta pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), que alega que a empresa desrespeitou os direitos dos consumidores. O processo tem multas que podem chegar a R$ 13 milhões.
O BPMoney noticiou na sexta-feira (28) que o órgão pediu que a empresa comprove que tem condições financeiras para cumprir com as vendas de pacotes de viagens.
O secretário da pasta, Wadih Damous, disse que a situação da Hurb é “inaceitável”. Neste ano, foram registradas milhares de reclamações na plataforma consumidor.gov, onde a taxa de resolução de problemas caiu de 64% para 50%, com relação a 2022.
Hurb é alvo de ação coletiva por consumidores no Rio de Janeiro
Lesados pela plataforma de viagens Hurb se uniram e protocolaram, nesta segunda-feira (1º), uma petição inicial de ação coletiva para o bloqueio judicial nas contas da empresa, com o objetivo de pagamento de indenizações, além da compensação por danos morais individuais, em valor, a ser fixado pelo Juízo. Com informações do “Info Money”.
A ação é movida pelo Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania) e foi entregue à 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Interessados em participar poderão se habilitar na ação após a publicação em Diário Oficial de edital de chamamento, como informou na petição o advogado especializado em direito do consumidor Gabriel de Britto Silva, diretor jurídico do Ibraci.
Segundo dados da plataforma consumidor.gov consultados pelo “Info Money”, foram mais de 7 mil reclamações nos primeiros três meses deste ano, e outras 12 mil em 2022. Além disso, o índice de solução das demandas no site caiu de 64% (2022) para 45% (2023).
Hurb: crise atinge principalmente pequenos hotéis
A crise no Hurb (antigo Hotel Urbano) afeta com mais força hotéis de lazer de pequeno porte, com até 40 quartos. Apesar disso, executivos de grandes redes do setor afirmam que a tendência é que as cadeias mais consolidadas evitem fazer reservas ou algum negócio com a empresa sem pagamento antecipado.
Para o jornal “O Globo”, representantes do setor afirmam que o dano reputacional com o comportamento do agora ex-CEO João Ricardo Mendes agravou a situação da agência de viagens, mas que ainda há recuperação.
Ricardo Roman Junior, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em São Paulo (ABIH-SP), afirma que, apesar das dificuldades financeiras de outros operadores, o diagnóstico é que a crise do Hurb se deve mais a fatores pontuais da companhia e menos a problemas do segmento.
“É mais uma questão que a empresa teve com recebíveis de cartão de crédito. Para o setor hoteleiro, os atrasos começaram em janeiro e fevereiro. Nossa torcida é que eles consigam se reerguer. Se a empresa precisar de apoio do segmento, dentro do possível, iremos ajudar, mas precisa honrar compromissos. A mudança do CEO é positiva”, afirma.
Roman explica que os hotéis que fizeram reserva precisam atender os clientes, e, se for o caso, resolver o problema depois com o operador de viagens.
O nicho de atuação do Hurb, calcado em hotéis independentes de lazer de menor porte, é mais pulverizado, mas Roman estima que a empresa tenha entre 5% e 10% de participação de mercado. No segmento, a CVC está entre os maiores operadores, com maior capilaridade e escala.