O Banco Inter (BIDI4) enviou uma cartilha aos funcionários com uma série de comportamentos que, segundo a instituição, devem ser “evitados a todo custo”. Entre as 14 normas, constam proibições como “não ter chulé”, “cabelo sujo” e “mal hálito”. Além disso, conforme o comunicado, os trabalhadores devem evitar ter o material de trabalho bagunçado, por exemplo, usar “caneta com tampa mastigada”. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do BP Money.
A lista de determinações foi enviada aos funcionários via e-mail nesta semana. Os profissionais da empresa também não podem ter unhas e sobrancelhas malcuidadas, maquiagem borrada ou excessiva. Há ainda proibições específicas sobre películas de celular quebradas, capinhas sujas ou acessórios e bolsas “velhas”.
A advogada Nathália Ohofugi ouvida pela Metrópoles, analisa que esse tipo de exigência no ambiente de trabalho configura uma prática abusiva, e “reforça a ideia de um ambiente corporativista e machista, baseado em regras e concepções patriarcais”.
“É um abuso de poder diretivo do empregador decidir que o empregado observe determinados tipos de vestimenta, ou formas de se aparentar no trabalho. Existem limites do que é sensato cobrar ou não, e essas demandas extrapolam esse poder”, frisa a especialista.
“Se o empregador quer que seja estabelecido um padrão para todos os funcionários, como estar sempre com roupas novas, a empresa deve arcar com esses custos”, prossegue.
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O portal entrou em contato com o Banco Inter, que não se pronunciou. Após a publicação da reportagem, a assessoria enviou o seguinte posicionamento: “O Inter reforça que respeita a individualidade de cada um de seus colaboradores. O material em questão foi revisado e passou por alterações”.
Inter supera projeções e fecha 4T22 com lucro
O Inter reportou um lucro líquido de R$ 29 milhões no quarto trimestre de 2022. O número é 90% maior que o resultado do mesmo período do ano passado, cerca de R$ 6 bilhões a mais, sendo que o saldo do quarto trimestre de 2021 foi de R$ 56 milhões negativos.
Ao todo, o Inter obteve um crescimento no volume de transações, de 85% na comparação ano a ano, atingindo R$ 578 bilhões.
No trimestre, o número de clientes ativos subiu 8%, para 12,6 milhões. A receita por cliente foi de R$ 31, aumento de 7,3%.
