A Copel (CPLE6) deve realizar a maior oferta de ações da Bolsa em 2023, superando nomes como Assaí, que captou R$ 4 bilhões em março.
De acordo com o governador do Paraná, Ratinho Jumior, a previsão é que o movimento da Copel ocorra em outubro, com a intenção de fazer a venda apenas de ações ordinárias (ON, com direito a voto). As informações são da coluna “Broadcast”, do Estadão.
A empresa de energia elétrica do Paraná tem três tipos de ações no mercado atualmente: ordinária (ON), preferencial (PN) e a Unit, uma combinação das duas.
As PN são as que concentram o movimento em bolsa, porque 70% das ON estão nas mãos do governo paranaense, que ao colocar os papéis no mercado trará aumento de liquidez para a ação.
O objetivo é transformar a empresa em uma “corporation”, como são chamadas as companhias com o capital pulverizado, sem controle definido.
No modelo que está sendo discutido com o sindicato dos bancos, que inclui o Bradesco BBI, o governo do Paraná deixará o controle da empresa, ao reduzir sua participação de 31% do capital total para algo entre 15% a 17%. A operação é semelhante à privatização da Eletrobras em 2022, que movimentou R$ 34 bilhões.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem 24% do capital. Na gestão anterior, havia a sinalização de que venderia parte dos papéis.
Com a mudança de comando do banco, o governo do Paraná está conversando sobre se a intenção de vender os papéis prossegue. Apesar de não haver nenhuma decisão tomada, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, declarou recentemente que não haveria motivos para a instituição manter as participações em “empresas maduras”.
Ainda que não participe, o BNDES ficaria com direito de voto limitado a 10%, por conta das regras da “corporation” – nenhum acionista pode ter direito societário acima de 10% para não comprometer a gestão e o modelo de negócios.
Copel tem três usinas em fase final de concessão
A Copel tem três usinas em fase final de concessão – Foz de Areia, Segredo e Salto Caxias. Juntas, somam quase 4,2 megawatts (MW) de potência instalada, o equivalente a 60% da capacidade de geração da empresa do Paraná.
No processo de saída do governo paranaense do controle da empresa, a concessão poderá automaticamente ser renovada por mais 30 anos, por conta de um dispositivo legal já usado na privatização da Cesp e que recebeu ajustes de texto nos últimos dias do governo Bolsonaro para melhor acomodar o plano desenhado para a Copel.
Em troca dos novos contratos, a Copel deverá pagar uma outorga, pelas três usinas, estimada em cerca de R$ 4 bilhões. As conversas estão sendo feitas de forma conjunta com o Ministério de Minas e Energia e o da Fazenda.