O Credit Suisse reduziu o preço-alvo das ações preferenciais da Itaúsa (ITSA4) de R$ 12,55 para R$ 10, e manteve a recomendação “outperform” (equivalente a compra). O novo preço-alvo indica um potencial de alta de 23% na comparação com o fechamento de ontem. As informações são do Broadcast.
O corte reflete a taxa de juros mais alta, que eleva o custo de capital. Este fator é amortecido pela incorporação de estimativas da CCR, em que a Itaúsa investiu no ano passado, além dos resultados recentes e de iniciativas ligadas à estrutura de capital, como a recompra de debêntures.
Segundo o analista Marcelo Telles, o potencial de valorização do papel da Itaúsa ainda é atrativo. Ele afirma que a holding de investimentos está bem posicionada em termos financeiros, muito embora não seja a melhor opção para investidores que busquem capturar os ganhos do Itaú (ITUB4), que é o principal ativo da empresa.
O desconto da Itaúsa para o valor de seus ativos está hoje em 19,5%, abaixo da média histórica de 21,6%. Ainda assim, Telles acredita que esse desconto não é suficiente para que o investidor prefira se expor ao Itaú através da holding ao invés de comprar os papéis do próprio banco. Entretanto, ele considera que há outros bons motivos para manter o posicionamento no papel.
“Com os amplos investimentos já anunciados/desembolsados, vemos a companhia em uma posição positiva para focar: desalavancando através das vendas de ações da XP; trabalhando para levar o pagamento de dividendos aos patamares históricos de 35% a 40%; e buscando oportunidades valiosas em investimentos não financeiros”, disse o Credit.
Itaúsa (ITSA4) pretende continuar vendendo ações da XP em 2023
A Itaúsa (ITSA4), holding controladora do Itaú Unibanco (ITUB4), pretende continuar vendendo ações da XP neste ano, mas fará as vendas quando entender que as condições de mercado são favoráveis, segundo o Broadcast. Após vender cerca de R$ 6 bilhões em ações da companhia entre 2021 e 2022, a holding ainda detém 6,6% do capital da companhia, em participação recebida após a cisão feita pelo Itaú entre 2020 e 2021.
“A ideia é continuar a vender ações da XP ao longo deste ano”, informou o presidente e diretor de Relações com Investidores da holding, Alfredo Setubal, em teleconferência com analistas e investidores para tratar dos resultados da companhia no ano passado, divulgados na segunda-feira (20).
Setubal disse que a Itaúsa vai olhar para duas variáveis para definir quando as vendas acontecerão e de que tamanho serão: os preços de mercado e as oportunidades de investimento. Nas vendas que já fez, a Itaúsa recebeu cerca de R$ 122 por ação da XP. Hoje, convertida a real, cada ação é negociada a cerca de R$ 60.
“Claro que o momento no mercado de capitais não é super favorável”, afirmou o executivo. Ainda segundo o Broadcast, ele lembrou ainda que com a amortização de dívidas realizada ao longo do último ano reduz a pressão para que a holding venda os papéis. Com os pagamentos já realizados, a empresa reduziu de R$ 400 milhões para zero as amortizações que seriam necessárias neste ano e no próximo.