EUA: falências atingem recorde nos dois primeiros meses de 2023

De acordo com pesquisa da S&P, somente entre janeiro e fevereiro, 111 empresas precisaram recorrer à recuperação judicial

 

Os dois primeiros meses de 2023 registraram o maior número de falências dos últimos 12 anos nos EUA para o período, segundo levantamento feito pela agência S&P.

De acordo com a pesquisa, somente entre janeiro e fevereiro, 111 empresas precisaram recorrer ao Capítulo 11 (a lei de Recuperação Judicial nos EUA). Mantido este ritmo, analistas da publicação financeira semanal Kobeissi Letter avaliam que os EUA caminham a passos largos em direção à marca dos 670 pedidos de falência corporativa ao fim de 2023, em um paralelo nítido com os piores dias da crise financeira de 2008.

Entre os pedidos de falência detectados pela S&P, três deles superam 1 bilhão em dívidas não realizadas a credores. Vale frisar que o levantamento não considera o mês de março, quando o mundo presenciou a queda do SVB (Silicon Valley Bank) e do Signature Bank, dois bancos regionais dos Estados Unidos.

Somente no caso do SVB, que entrou com a sua ‘RJ’ no meio do mês passado, há o registro de mais de US$ 10 bilhões em dívidas não realizadas.

Outra consequência relacionada do ambiente macroeconômico mais árido é a maior chance de calotes. No relatório, a S&P diz esperar aumento de “defaults [calotes] para empresas com baixa nota de crédito, em razão da contração da receita corporativa, maior desemprego e política monetária mais apertada”.

Entre os setores primários mais atingidos pela quebradeira estão o de consumo discricionário, industrial, finanças, saúde e de tecnologia.

Temores da chegada de uma recessão vem norteando o temperamento dos mercados americanos nos últimos dias, ao mesmo tempo que os investidores buscam digerir uma bateria de dados de emprego central à decisão do Federal Reserve no próximo mês.

Até o momento, o cenário mais provável é que o BC recorra a mais um aumento de 0,25 ponto-percentual na taxa-base americana.

Nesta quarta-feira (5), as bolsas americanas mostraram bastante oscilação .Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq caíram 0,26% e 1,07%, respectivamente. Já o índice Dow Jones avançou 0,24%.

Com informações do Money Times.
 

 

JPMorgan: crise bancária será sentida por anos

O prsidente-executivo do JPMorgan Chase & Co, Jamie Dimon, afirmou que a crise bancária dos EUA não acabou e “haverá repercussões nos próximos anos”, disse em carta a uma mensagem anual de 43 páginas cobrindo uma variedade de tópicos, desde o desempenho do JPMorgan até geopolítica e regulamentação.

O mandatário do JPMorgan contou que nuvens de tempestade ainda ameaçam a economia como faziam há um ano. E o sistema bancário está sob estresse renovado após o fracasso do SVB (Silicon Valley Bank), e do resgate do Credit Suisse pelo UBS no mês passado.

O presidente do maior banco dos EUA afirmou que “As chances de uma recessão no mercado aumentaram”. “E embora isso não seja nada parecido com 2008, não está claro quando esta crise atual terminará”, contou.

Mesmo assim, não está claro se a crise vai reduzir os gastos do consumidor que impulsionam a economia dos EUA, escreveu Dimon. Os riscos que levaram à crise atual estavam “escondidos à vista de todos”, escreveu Dimon, citando a exposição à taxa de juros e o nível de depósitos não garantidos no SVB.