Americanas (AMER3): recuperação judicial prevê 55% de dívida paga

Presidente da companhia afirmou que a varejista tem reportado forte queda nas vendas digitais

O presidente da Americanas (AMER3), Leonardo Coelho, afirmou que o plano de recuperação  judicial vai pagar 55% da dívida com credores, que é de cerca de R$ 43 bilhões. O empresário contou para o jornal “O Globo”, que uma das obrigações de uma empresa em recuperação é o pagamento das dívidas, sem atrasos.

De acordo com o mandatário da Americanas, a companhia é “um canal dos mais confiáveis para o novo fornecedor”, já que não pode atrasar pagamentos. 

Coelho afirmou que “a recuperação de um credor colaborador pode ser 100%, assim como o credor com dívida de até R$ 12 mil. É um plano bastante ajustado”.

O executivo assumiu a presidência da Americanas em fevereiro, um mês depois da descoberta da ‘inconsistência contábil’ de R$ 20 bilhões

Americanas (AMER3) enfrenta batalha prolongada contra credores

A Americanas (AMER3), que pediu recuperação judicial em janeiro, enfrenta resistência de seus principais credores a um plano de reestruturação que pode levar a descontos de até 80% no valor das dívidas da varejista, disseram três fontes com conhecimento do assunto à Reuters.

O plano de recuperação, submetido na semana passada na Justiça do Rio de Janeiro, prevê uma injeção de R$ 10 bilhões na companhia por parte de seus acionistas “de referência”, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os três são os fundadores da 3G Capital, que é uma das principais acionistas dos gigantes do consumo Kraft Heinz e Anheuser Busch Inbev.

O valor oferecido no plano de reorganização fica aquém do que alguns detentores de dívida esperavam, de acordo com as três fontes.

“Os credores estão mais interessados no que os acionistas (de referência) podem pagar,” em particular se puderem pressioná-los com mais força, disse uma das fontes.

A proposta da Americanas foi vista como “absurda” por alguns credores, já que prevê descontos tão grandes na dívida apesar da empresa possuir acionistas com grande poder financeiro, disse a segunda fonte.