O banco de investimentos Moelis & Co. negocia com detentores de títulos da Light (LIGT3), para criar um comitê. O banco promoverá uma reunião com detentores de títulos locais e globais da concessionária nesta quinta-feira (30), disse uma fonte à Bloomberg.
A Light gera e distribui eletricidade no Rio e tem lutado contra altos índices de inadimplência e tem cerca de R$ 11,1 bilhões em dívida bruta total, dos quais US$ 600 milhões são títulos de dívida externa. A Moelis não se posicionou sobre o tema.
As ações da Light caíram para uma mínima recorde na quarta-feira (29), após a empresa revelar uma perda muito maior do que a esperada para o quarto trimestre.
Light (LIGT3) registra prejuízo de 5,6 bilhões em 2022
A Light (LIGT3) informou ao mercado que amargou um prejuízo líquido de R$ 5,67 bilhões no acumulado de 2022. Conforme documento divulgado nesta terça-feira (28), a perda supera em 1.500% o número registrado em 2021, quando a empresa registrou um lucro de R$ 398 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Light foi de R$ 1,18 bilhão no último ano, recuo ante a cifra positiva de R$ 1,82 bilhão na comparação anual. O indicador dívida líquida/Ebitda da companhia elétrica fechou o ano de 2022 em 3,3 vezes, ante o limite de 3,5 vezes, determinado para fins de cumprimento em acordos de financiamento.
A empresa explicou que o resultado foi impulsionado pelo elevado endividamento, geração de caixa insuficiente e alto índice de furtos de energia. Além disso, está montando uma estratégia para manter suas operações até a renovação do seu contrato de distribuição, que expira em 2026, e já entrou em contato com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia em busca da renovação antecipada em bases que “garantam a sustentabilidade da concessão e do nosso negócio”.
A Light ainda afirmou que sua administração já contratou uma série de consultores, assessores legais, regulatórios e financeiros para colaborar nesse processo de reestruturação estratégica.