A Petrobras (PETR4) informou que não houve mudanças em seu plano de venda de sua participação na Braskem (BRKM5). O comunicado veio em consulta pela petroquímica sobre declarações dadas por seu presidente-executivo à imprensa na semana passada. As informações são da agência Reuters.
“A Petrobras, em relação às notícias veiculadas na mídia, informa que não houve qualquer decisão da diretoria executiva ou do conselho de administração em relação ao processo de desinvestimento da Braskem”, afirmou a companhia em comunicado da petroquímica ao mercado.
A estatal ainda completou: “A Petrobras esclarece que todas as ações relacionadas à sua participação na Braskem exigem análise cuidadosa sob a perspectiva de gestão de portfólio e devem ser conduzidas com observância das práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.
Declarações de CEO da Petrobras
Na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou à Bloomberg que a estatal estava deixando de lado uma política “irracional” de venda de ativos para levantar capital e que poderia ampliar a participação na Braskem. Com isso, as ações BRKM5 fecharam em alta de 7,3% na última sexta-feira (24), como informou a Reuters.
Em comunicado, a Braskem disse “que seguirá apoiando os acionistas e manterá o mercado informado sobre desdobramentos relevantes, em cumprimento com as legislações aplicáveis”.
Antes da divulgação do comunicado de esclarecimento, o Bradesco BBI apontou que o acordo de acionistas entre Petrobras e Novonor (ex-Odebrecht), que controlam em conjunto a Braskem, oferece o direito de preferência para os membros do acordo, bem como direitos de tag along.
“É cedo para dizer, mas acreditamos que as chances de a Petrobras comprar a participação da Novonor na Braskem aumentaram. Isso não acionaria direitos de tag along para os acionistas minoritários. Qualquer oferta também precisaria ser aceita pelos bancos que têm ações da Braskem como garantia da dívida da Novonor. Caso uma transação como essa se concretize, veremos a Braskem construindo uma petroquímica integrada, provavelmente no Comperj, alimentada com gás do pré-sal. Acreditamos que um projeto como esse pode custar US$ 6 a 12 bilhões para ser construído em 5 a 6 anos”, apontam os analistas do BBI.