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Argentina é rebaixada de CCC- para C por Fitch Ratings

Medida ocorre após decreto que “afetará vários tipos de títulos”, forçando o setor público a vender 70% dos seus títulos em dólares para trocar por em peso

A agência de classificação de risco, Fitch Ratings, cortou o rating da Argentina de CCC- para C, ao considerar que um “default é iminente”. Isso porque, segundo a agência, um decreto executivo recente “afetará vários tipos de títulos de dívida”, forçando o setor público a vender 70% dos seus títulos em dólares para trocá-los por títulos em pesos. As informações são do InfoMoney,

A Fitch declarou em comunicado à imprensa que o cenário econômico do país permanece incerto devido à falta de um cronograma para as novas operações relacionadas às dívidas e à pressão política exercida no Congresso pelos partidos de oposição. Além disso, esses partidos possuem meios legislativos para derrubar essas mudanças, o que agrava ainda mais a situação.

“Mas ainda não está claro se eles efetivamente seguirão esse curso de ação”, conclui a análise. Segundo a Fitch, quando as trocas dos títulos forem realizadas, o rating da Argentina sofrerá uma nova alteração, sendo rebaixado para “default restrito”.

Economia da Argentina sofre com pior seca em 60 anos

A seca mais dura nos últimos 60 anos já está refletindo na economia da Argentina. A falta de chuvas atingiu a produção agropecuária, que registrou quedas nas exportações e menor receita de impostos, segundo a “Jovem Pan”. A falta de chuvas ocorre desde meados de 2022, ano 12,8% mais seco que a média, em um quadro climático que persiste neste verão, com os registros térmicos mais extremos das últimas seis décadas e fortes geadas.

Segundo o jornal, o último relatório da Mesa Nacional de Monitoramento de Secas da Argentina apontou que, na atividade agrícola, há fortes perdas de rendimento, atrasos e diminuição da área final plantada com milho e soja. O fenômeno também está surtindo forte impacto nos sistemas pecuários.

As chuvas insuficientes afetam 172,5 milhões de hectares agropecuários, sendo 8 milhões de hectares cultivados com seca moderada a severa e 21,7 milhões de cabeças de gado em risco, um cenário difícil para um dos principais países produtores e exportadores de alimentos do mundo e que baseia boa parte da sua economia no setor.