O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar o Banco Central nesta quinta-feira (23). Segundo o petista, não há “explicação” para que a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, esteja em 13,75% ao ano.
“Eu digo todo o dia: não tem explicação para nenhum ser humano do planeta Terra a taxa de juro no Brasil estar a 13,75%. Não existe explicação”, disse Lula, em visita a um complexo da Marinha no Rio de Janeiro.
Na última quarta-feira (22), o Copom (Conselho de Política Monetária), do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em 13,75%, ignorando as críticas que Lula e ministros fizeram nas últimas semanas.
“Eu, como presidente da República, não posso ficar discutindo cada relatório do Copom, eu não posso. Eles paguem o preço pelo que eles estão fazendo. A história julgará cada um de nós”, afirmou o presidente.
Lula ainda acusou Campos Neto de não cumprir a lei de autonomia do Banco Central. “Se esse cidadão quiser, ele nem precisa conversar comigo. Ele só tem que cumprir a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central. Ele precisa cuidar da política monetária, mas ele precisa cuidar também do emprego, precisa cuidar da inflação e precisa cuidar da renda do povo”, relatou.
Tebet diz que queda da taxa Selic pode começar no início de maio
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse na quarta-feira (22) que, se o novo arcabouço fiscal for “bom”, o movimento de queda da taxa básica de juros pode começar na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o início de maio.
“As taxas de juros precisam cair no Brasil, mas o Brasil também precisa fazer o seu dever de casa. Não podemos gastar mais do que arrecadamos” disse a ministra, em entrevista à “Rádio Capital”, do Mato Grosso do Sul.
“Se for um bom arcabouço, vai permitir que, na próxima reunião do Copom, daqui a 45 dias, os juros possam começar a cair. Significa que tudo vai ficar mais barato na vida das pessoas […] e aqueles que precisam de empréstimo, agronegócio, comércio, vão pegar a juros mais baratos, investir mais, a economia vai crescer, gerar mais empregos”, acrescentou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou para abril a divulgação da nova regra fiscal. A justificativa oficial para o adiamento é de que não faria sentido apresentar o arcabouço e, na sequência, os membros do governo viajarem à China e não estarem disponíveis para prestar esclarecimentos. Nos bastidores, porém, a informação é que a agenda política e a econômica não estão se encontrando.
Tebet ainda afirmou também que um dos objetivos do novo arcabouço fiscal é zerar o déficit federal de mais de R$ 200 bilhões.