O CEO da Avenue, Roberto Lee, detalhou o acordo com o Itaú Unibanco (ITUB4) na compra de 35% da corretora, com possibilidade de assumir o controle total do negócio em dois anos. A transação, ocorrida em julho do ano passado, cravou a primeira tacada de peso do segmento do varejo internacional, com quase R$ 500 milhões em jogo.
“São dezenas de milhões de clientes com perfil adequado para o investimento no exterior, então é diferente de uma operação mais digital. Para construir uma categoria internacional, é preciso de muita reputação. O Itaú tem história e principalmente conhecimento para oferecer segurança nessa expansão para o exterior”, afirmou Lee ao “E-Investidor”.
A entrada do Itaú pode potencializar ainda mais os números da Avenue, que atualmente já conta com mais de R$ 6 bilhões sob custódia e 600 mil clientes ativos.
“O usuário pode usar o próprio app para fazer investimentos no exterior. Ter o conforto da marca é importante também, mas é muito sobre a parte do atendimento. A infraestrutura continua independente e com muito mais investimento”, destacou o CEO da Avenue.
De acordo com o Itaú, os clientes já têm acesso a mais de 8 mil ativos negociados nas primeiras bolsas americanas e ao cartão de débito em dólar da corretora, com IOF reduzido na compra de dólar e transações internacionais.
Além disso, os produtos financeiros do banco também devem entrar na prateleira de ativos da corretora. Alguns CDBs, por exemplo, já estão disponíveis na plataforma da corretora.
Para dar conta da robustez do negócio, 100% do aporte primário de R$ 160 milhões que entrou no caixa da Avenue foi direcionado para infraestrutura, segundo o CEO e fundador da Avenue, Roberto Lee.
“Há muitos processos, arranjos, treinamento do time e investimentos internos para aguentar esse crescimento elástico”, salientou Lee.
Os resultados já começaram a aparecer. Antes do acordo, a Avenue captava cerca de R$ 600 milhões por mês – hoje, a captação mensal já saltou para R$ 1,5 bilhão.
Avenue “comeu pelas beiradas” em meio a disputa entre BTG e XP
Enquanto BTG Pactual (BPAC11) e XP (XPBR31) intensificavam as disputas por escritórios em uma guerra milionário nos últimos dois anos, a Avenue Securities aproveitava para crescer silenciosamente.
A plataforma voltada para investimentos internacionais foi construindo relações com escritórios de agentes autônomos de ambos os lados.
“A Avenue é hoje a segunda empresa do Brasil em número de assessores financeiros conectados”, afirmou Roberto Lee, cofundador e CEO da Avenue, ao “NeoFeed”.
Antes do acordo com o Itaú, no qual o banco comprou 35% da companhia, em julho do ano passado, a Avenue vinha captando R$ 600 milhões por mês. Atualmente, vem captando uma média de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 560 milhões líquidos em dezembro e R$ 450 milhões em janeiro vindos dos assessores que são de escritórios de agentes autônomos plugados na XP e no BTG.
“A rede B2B estava montada, os produtos estavam conectados. A entrado do Itaú transferiu reputação para a Avenue”, disse Lee.