UBS suspende plano de recompra de ações após comprar Credit Suisse

O presidente da UBS afirmou que a política de distribuição de dividendos do Credit será mantida

O banco UBS optou por não continuar com o plano de recompra de ações após anunciar acordo para a compra do Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços, cerca de US$ 3,25 bilhões. 

O presidente da UBS, Colm Kelleher, contou em teleconferência com analistas que a política de distribuição de dividendos do banco do Credit será mantida. O bancário admitiu que não esperava que um dia fosse comprar o banco rival. 
 

“É um dia histórico. Na Suíça é um dia que, francamente, esperávamos que não viesse”, disse. 

UBS fecha acordo para compra do Credit Suisse

O banco UBS acertou a compra do Credit Suisse neste domingo (19) pelo valor de mais de US$ 3,5 bilhões, segundo informações do Financial Times.

A compra do banco suíço pelo UBS será realizada por meio de transação de ações, por um valor que corresponde a 50 centavos de franco por ação – o dobro da proposta anterior feita pelo UBS. Na sexta-feira (17), as ações do Credit Suisse estavam cotadas a 1,86 franco.

A oferta inicial do UBS para comprar o Credit Suisse havia sido de US$ 1 bilhão, equivalente a 0,25 centavos de franco por ação. Como o valor foi considerado baixo pelo banco suíço, o UBS “dobrou a aposta” e o acordo foi finalmente firmado, após três dias de negociações.

De acordo com o presidente do conselho de administração do UBS, Colm Kelleher, o negócio foi “atraente para os acionistas do UBS”. “Mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, trata-se de um resgate de emergência”, declarou em nota enviada à imprensa.

Já para o presidente do conselho de diretores do Credit Suisse, Axel P. Lehmann, a fusão anunciada representa o melhor resultado possível para o banco.

“Este tem sido um momento extremamente desafiador para o Credit Suisse e, embora a equipe tenha trabalhado incansavelmente para resolver muitos problemas significativos e executar sua nova estratégia, somos forçados a chegar a uma solução hoje que forneça um resultado duradouro”, explicou Lehmann.

A combinação resultará em uma instituição financeira unificada com US$ 5 trilhões em ativos. Além disso, o UBS destaca que permanecerá “bem capitalizado” e espera uma taxa anual de redução de custos de mais de US$ 8 bilhões até 2027.

“A aquisição das capacidades do Credit Suisse em gestão de patrimônio, gestão de ativos e serviços bancários universais suíços fortalecerá a estratégia do UBS de expandir seus negócios de capital leve. A transação trará benefícios aos clientes e criará valor sustentável de longo prazo para nossos investidores”, prevê Kelleher.