A Natura (NTCO3) divulgou nesta terça-feira (14) seu balanço do quarto trimestre de 2022. A companhia de cosméticos apresentou prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões entre outubro e dezembro, revertendo o lucro líquido de R$ 695,5 milhões registrado no mesmo trimestre de 2021.
De acordo com a empresa, o resultado foi impactado principalmente pelo menor Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) que, por sua vez, sofreu com R$ 383 milhões de “impairment não caixa” (redução de valores contábeis de ativos).
O Ebitda ajustado somou R$ 1,095 bilhão no quarto trimestre de 2022, queda de 29% em relação ao mesmo período de 2021. Já a margem Ebitda foi de 10,5%, queda de 2,8 pontos em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Já a receita líquida consolidada da Natura totalizou R$ 10,4 bilhões no último trimestre de 2022, alta de 3% em relação a um ano antes em moeda constante. No entanto, em reais, houve queda de 10,8%. De acordo com a empresa de cosméticos, a queda foi ocasionada pelo impacto cambial, principalmente pela depreciação da Libra Esterlina, do Dólar Australiano e do Peso Argentino em relação ao Real.
O lucro bruto consolidado do quarto trimestre foi de R$ 6,6 bilhões, queda de 11,6%, com margem bruta de 63,8%, baixa de 0,6 p.p. A dívida líquida da Natura, por sua vez, foi de R$ 7,4 bilhões, ante os R$ 6 bilhões registrados um ano antes.
Natura (NTCO3) pode vender parte da Aesop para LVMH ou L’Oreal
No final de janeiro, foi noticiado que a Natura (NTCO3) poderia vender uma parte da Aesop, sua marca de luxo, e os principais interessados seriam a LVMH e a L’Oreal, segundo informações da “Bloomberg”. Ainda de acordo com a publicação, o grupo japonês Shiseido também estaria no páreo para levar uma fatia da marca.
No ano passado, já havia sido noticiado que a Natura buscava se desfazer de uma parte da Aesop. Para isso, foram contratados o Bank of America e o Morgan Stanley.
Na época, a companhia reforçou que vinha promovendo um redesenho da estrutura organizacional da Natura &Co para torná-la mais leve e eficiente, bem como para dar mais autonomia às unidades de negócio, em busca de “reagir a desafios externos” e melhorias em geração de caixa e rentabilidade.
Em documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na época, a Natura avaliava também uma venda de participação minoritária na Aesop — o que abriu espaço para L’Oreal, LVMH e Shiseido na corrida para levar uma fatia do negócio.