O JP Morgan, maior banco dos Estados Unidos (EUA) em termos de ativos consolidados, fechou 2022 com US$ 3,2 trilhões nessa linha e, agora, pode alcançar a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado até 2030. Contudo, segundo o portal “NeoFeed”, isso vai depender de como a economia americana vai lidar com a inflação nos próximos anos.
Se atingir a casa de US$ 1 trilhão, o JP Morgan se juntará a um seleto grupo de cinco empresas que possuem tal avaliação em todo o mundo: Apple, Microsoft, Saudi Aramco e Alphabet. Atualmente, o banco está avaliado em US$ 411 bilhões, com suas ações acumulando alta de 4% desde o começo de 2023.
Essa previsão foi registrada em um relatório do Morgan Stanley. No cenário projetado pela analista Betsy Graseck, de acordo com relatório obtido pela agência “Bloomberg”, o valor trilionário pode ser obtido caso a economia dos EUA passe pelo chamado “pouso suave”, em que o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos estadunidense, evita apertar duramente a política monetária.
Nessa situação, em que as taxas de juros são obrigadas a permanecerem elevadas por um longo período, o principal banco dos EUA pode se beneficiar de uma margem financeira maior, segundo a analista. Além dos juros altos, para atingir esse patamar até 2030, o JP Morgan também precisará adotar medidas para melhorar sua eficiência operacional e acelerar os ganhos com receitas de serviços.
Diante do cenário positivo, o Morgan Stanley elevou o preço-alvo das ações do JP Morgan de US$ 167 para US$ 173, o que pressupõe um upside de 24% em relação aos patamares atuais. A recomendação é de compra.
Cautela por parte do CEO do JP Morgan
O otimismo da analista do Morgan Stanley contrasta com as declarações cautelosas feitas nos últimos tempos por Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, a respeito da situação dos EUA e dos impactos que esse contexto pode ter na economia e no banco.
Em entrevista à CNBC na quinta-feira (23), Dimon afirmou que a economia americana vai enfrentar “algumas coisas assustadoras”. Para ele, o nível de incerteza a respeito do rumo do país é muito elevado, com temas como o aperto dos juros, os conflitos geopolíticos pelo mundo e o preço do petróleo pesando sobre as expectativas.
Dimon já tinha citado estes pontos nos comentários que acompanharam o release de resultados do quarto trimestre. O CEO do JP Morgan destacou que não estão claros os efeitos dessas questões.
“Permanecemos vigilantes e estamos preparados para o que acontecer, para que possamos servir nossos consumidores, clientes e comunidades ao redor do mundo, diante de uma ampla gama de ambientes econômicos”, ressaltou o executivo, em um trecho do texto.