Avenue "comeu pelas beiradas" em meio a disputa entre BTG e XP

A Avenue foi construindo relações com escritórios de agentes autônomos de ambos os lados

Enquanto BTG Pactual (BPAC11) e XP (XPBR31) intensificavam as disputas por escritórios em uma guerra milionário nos últimos dois anos, a Avenue Securities aproveitava para crescer silenciosamente. 

A plataforma voltada para investimentos internacionais foi construindo relações com escritórios de agentes autônomos de ambos os lados. 

“A Avenue é hoje a segunda empresa do Brasil em número de assessores financeiros conectados”, afirmou Roberto Lee, cofundador e CEO da Avenue, ao “NeoFeed”. 

Antes do acordo com o Itaú, no qual o banco comprou 35% da companhia, em julho do ano passado, a Avenue vinha captando R$ 600 milhões por mês. Atualmente, vem captando uma média de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 560 milhões líquidos em dezembro e R$ 450 milhões em janeiro vindos dos assessores que são de escritórios de agentes autônomos plugados na XP e no BTG. 

“A rede B2B estava montada, os produtos estavam conectados. A entrado do Itaú transferiu reputação para a Avenue”, disse Lee. 

Com R$ 21 bilhões sob custódia, a EQI Investimentos é sócia do BTG e tem R$ 1 bilhão de seus clientes alocados no exterior. Parte desse montante vai para o banco, quando são clientes de alta renda, e a outra parte, mais de varejo, vai para a Avenue. 

“No mês passado, mandamos R$ 130 milhões via Avenue”, relatou Juliano Custodio, fundador e CEO da EQI. 

Avenue capta R$ 1 bi em um mês com busca por proteção no exterior

O cenário de incertezas em relação aos rumos da política econômica do próximo Governo Lula (PT) tem ocasionado um aumento nas captações da Avenue Securities. Nos últimos 30 dias, a corretora brasileira com sede em Miami bateu a marca de R$ 1 bilhão.

Considerando apenas a captação na primeira quinzena de dezembro, o aumento foi de 15% em relação ao mesmo período do mês anterior.  

Roberto Lee afirma que a busca por proteção patrimonial em dólar é crescente e se reflete no perfil dos investimentos mais procurados pelos investidores brasileiros: títulos soberanos e papeis de renda fixa.