Alberto Safra, segundo filho de Joseph Safra, morto em 2020, está processando a mãe Vicky e os irmãos Jacob e David Safra por atos de “improbidade corporativa”, que teriam levado à diluição da participação dele no Safra National Bank of New York.
Em ação feita na Corte de Nova York, o banqueiro relata uma série de transações que diminuíram drasticamente sua participação na holding. Em 2019, o lucro teria sido inflado artificialmente em US$ 870 milhões, e o resultado distribuído a Jacob e David, em detrimento do irmão do meio. Tal movimento acabou reduzindo a participação de Alberto de 28% para 15%, deixando os irmãos com 33%.
“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial e não representaram nenhum benefício para o SNBY ou suas subsidiárias. O único efeito das transações foi diluir a participação de Alberto no SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem eles (ou qualquer um) tendo investido nenhum capital adicional”, disse o documento.
No processo, Alberto Safra pede a reversão dessa diluição e a restituição de seus direitos como acionista relevante, com a indicação de membro para o conselho de administração, tendo acesso a documentos e demais informações acerca do grupo.
A família Safra enviou um posicionamento oficial ao BP Money. Leia na íntegra:
“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.
Nessa ocasião Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio.
Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento.
Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.
A Família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”
Banco Safra: Cade aprova aquisição do Alfa
A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou em 6 de janeiro a compra do conglomerado financeiro Alfa, dono do Banco Alfa, pelo Banco Safra. A aquisição, anunciada em novembro, foi no valor de R$ 1,028 bilhão, e ainda necessitava da aprovação prévia da autarquia federal, segundo informações do jornal “Estado S. Paulo”.
Segundo o Cade, que deu aval sem restrições para a transação, o Safra passará a deter 58,6% do capital social total da Alfa Holdings e 55,38% do capital social do Consórcio Alfa, além de controle indireto das outras instituições financeiras antes controladas pelo Grupo Alfa.
O negócio não inclui apenas o banco. Uma administradora de consórcios, uma seguradora e uma corretora de seguros também entraram na operação. Criado em 1998 pelo banqueiro Aloysio de Andrade Faria após a venda do controle acionário do Banco Real ao ABN Amro, o Conglomerado Alfa vinha sendo tocado pelos herdeiros da família Faria desde a morte do fundador, em setembro de 2020.