Os bancos credores da Americanas (AMER3) deverão se reunir com o trio de acionistas de referência da companhia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira nesta semana, na tentativa de se buscar uma solução para a varejista.
O objetivo do encontro é buscar soluções para resolver o rombo bilionário da Americanas. As informações são do “Valor”. A reunião é esperada após a chegada dos três ao Brasil. Telles e Sicupira já estão no país e Lemann desembarcou no sábado (4).
Sicupira, inclusive, já teria tido contato com um banqueiro na semana passada. Mas, segundo a publicação, não apresentou nenhuma proposta concreta e reiterou o argumento de que os três são acionistas como outros.
Até o momento não há uma sinalização de uma capitalização pelos três na companhia, apenas de um empréstimo pelo modelo “DIP”, no qual eles entrariam com R$ 1 bilhão, valor considerado muito baixo para aplacar a crise de curto prazo da empresa.
O encontro tem ainda como pano de fundo uma batalha judicial entre a empresa e os bancos, no que já chegou ao trio, visto que há um movimento de tentativa de responsabilização deles pela crise.
Americanas (AMER3) inicia onda de demissões após crise
Após descobrir um rombo bilionário e entrar em recuperação judicial, a Americanas (AMER3) prometeu a sindicatos que não vai promover demissão em massa ou fechamento de lojas até 19 de março, período em que se encerra o prazo para apresentar o plano de reestruturação da empresa ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro).
No entanto, já foram feitas algumas demissões pontuais no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa, com foco em funcionários indiretos – como terceirizados – que foram previamente comunicados aos sindicatos.
Além disso, cortes foram feitos em Porto Alegre (RS), e há expectativa de que comecem a ser feitos em breve em São Paulo, onde está fica o maior número de lojas e CDs (centros de distribuição) da empresa.
Os dados cedidos pela Americanas à entidades sindicais citam que a varejista dispensou aproximadamente 50 pessoas desde o início da recuperação judicial, incluindo a equipe que cuidava do serviço de televendas.
Segundo as entidades sindicais, a Americanas soma cerca de 17 mil ações trabalhistas, que juntas representam uma dívida de R$ 1,53 bilhão.