Política

BNDES: Mercadante pretende criar um "Eximbank"

O ex-ministro Aloizio Mercadante toma posse nesta segunda-feira (6) como presidente do BNDES

O ex-ministro Aloizio Mercadante toma posse nesta segunda-feira (6) como presidente do BNDES. Em entrevista ao Valor, ele afirmou que sua proposta de mudança para a TLP (taxa de longo prazo) do banco exclui subsídio do Tesouro. 

Ainda de acordo com ele, o projeto também inclui a criação de um “Eximbank” na busca de retomar o financiamento de empresas brasileiras no exterior. O futuro presidente do BNDES se comprometeu a não reverter as políticas de transparência adotadas em reação à caixa-preta dos financiamento à exportação nos governos do PT.

“O BNDES tem que constituir um Eximbank para o comércio exterior. Todos os países desenvolvidos, EUA, China, Alemanha, os países da OCDE já têm um Eximbank, um banco focado no fomento às exportações. Nós queremos fortalecer as exportações porque 98% do mercado está fora do Brasil”, afirmou Mercadante. 

Com foco em economia verde e digital, Mercadante mostra-se disposto a reverter a imagem deixada pelo banco em gestões do PT de escoadouro de subsídios para grandes empresas.

“Nossa diretoria não veio para retomar o BNDES do passado”, concluiu o ex-ministro. 

BNDES nega plano de financiar serviços no exterior

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) informou nesta quarta-feira (25) que não há previsão de financiar serviços de infraestrutura no exterior. De acordo com o banco público, seus atuais esforços são no sentido de alavancar especificamente a exportação de produtos e bens.

Em nota, o BNDES afirmou que qualquer mudança nessa política passará “necessariamente” por um entendimento com o TCU (Tribunal de Contas da União) e acrescentou que o presidente da corte, Bruno Dantas, “tem reforçado o papel de acompanhamento colaborativo das políticas públicas”.

Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que a estatal voltaria a liberar crédito para obras fora do Brasil, acendendo um alerta sobre um possível retorno de política praticada em gestões anteriores do PT. 

“O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior e para ajudar os países vizinhos, que possam crescer e vender o resultado desse enriquecimento para países como o Brasil”, disse Lula na segunda-feira (22).