Faraó do Bitcoin deve ser transferido para presídio no Paraná

O pedido ocorreu após o TJ-RJ descobrir indícios de que o Faraó do Bitcoin continua liderando sua organização criminosa

Criador da GAS Consultoria e apelidado de Faraó do Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos deverá ser transferido nesta quarta-feira (25) do presídio de Bangu 1, no Rio de janeiro, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. As informações são do jornal “O Globo”. 

Ainda de acordo com à publicação, o pedido de transferência foi feito por Marcello Rubioli, juiz do TJ-RJ, e aceita pelo pelo juiz federal corregedor do Paraná, Paulo Sérgio Ribeiro. O pedido ocorreu após o TJ-RJ descobrir indícios de que o Faraó do Bitcoin continua liderando sua organização criminosa a partir do presídio, chegando inclusive a corromper agentes do Estado no processo.

A investigação do Ministério Público aponta que o empresário “indiscutivelmente é líder de organização criminosa que, a despeito da prisão de boa parte dos membros, ainda opera violentamente corrompendo agentes do estado”.

Além do roubo do dinheiro de milhares de clientes pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram audios obtidos pelas autoridades.

Faraó do Bitcoin: transferência terá forte esquema de segurança

Além de policiais federais, Glaidson será escoltado por agentes do Serviço de Operações Especiais (SOE) e da Divisão de Recapturas (Recap) da secretaria de segurança do Rio de Janeiro até a Base Aérea do Galeão. De lá, ele será levado por um avião das autoridades até o Paraná.

Áudios inéditos divulgados pela GloboNews mostram que Glaidson encomendava a morte de seus concorrentes. Gravações de ligações entre o Faraó e os comparsas que contratou para executar os assassinatos em seu nome foram exibidas. 

O contato mais frequente do Faraó do Bitcoin era com Ricardo Rodrigues Gomes, conhecido como “Piloto”, responsável por monitorar as vítimas e contratar os assassinos. 

Atualmente foragido, Piloto já foi condenado por tráfico internacional de drogas e fez parte da quadrilha de Pablo Escobar.

Faraó do Bitcoin vai a júri popular

A Justiça do Rio de Janeiro decidiu no final de dezembro que o criador da GAS Consultoria irá a júri popular por acusação de homicídio agravado pela prática de extermínio de seres humanos.

Ele é acusado de mandar matar duas pessoas: Wesley Pessano Santarem e Adeilson José da Costa, que sobreviveu à tentativa de homicídio.

Tais crimes foram cometidos antes de o Faraó do Bitcoin ser preso no âmbito da Operação Kryptos em agosto de 2021. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto alguns conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.