O Credit Suisse rebaixou as ações do Santander (SANB11) de neutro para underperform, o equivalente à venda, e cortou preço-alvo de R$ 35 para R$ 31. Com isso, os papéis do banco eram o destaque negativo do Ibovespa nesta segunda-feira (23), com recuo de 2,67%, a R$ 28,37, por volta das 12h10 (horário de Brasília).
A nova recomendação, segundo relatório a clientes, apontou uma perspectiva operacional mais desafiadora e avaliação pouco atraente para o SANB11.
Além disso, o banco suíço cortou a previsão de lucro líquido em 33% para 2023, atingindo R$ 12,3 bilhões. Entre os motivos, a equipe do Credit citou uma menor margem de lucro do mercado e maiores provisões, levando a uma queda de 8% em relação ao ano de 2022 e a um rentabilidades sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) abaixo do potencial de 14,5%.
Dado o cenário, os analistas acreditam que os resultados do Santander Brasil no quatro trimestre de 2022 devem ser fracos, com ROE atingindo 11% devido a maiores provisões e margem financeira estável. Por fim, o Santander está negociando, na visão da equipe do Credit Suisse, a P/L de 9 vezes e 1,23 vez P/VPA, “o que não é consistente com o cenário de baixa rentabilidade”.
Além do Santander: perspectivas para “bancões”
No cenário geral para o setor, o Credit Suisse destacou prever uma “divergência anormal” no desempenho operacional e rentabilidade entre os quatro grandes bancos em 2023.
Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4) devem ter ROEs em torno de 19% e 20%, beneficiados pelo ambiente de taxas de juros mais altas e qualidade de ativos superior.
No relatório, o Credit Suisse reiterou classificação outperform, equivalente à compra, para Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 50. “Apesar das maiores provisões relacionadas à Americanas, o BB deve se beneficiar do forte desempenho da margem financeira (NII), com taxas de juros mais altas impulsionando a margem dos depósitos, bom desempenho da BB Seguridade (BBSE3) e da Cielo (CIEL3)”, comentaram analistas.
A equipe do banco suíço também comentou que vê com bons olhos o discurso inicial da CEO recém-empossada, Tarciana Medeiros, destacando que é possível o Banco do Brasil cumprir sua responsabilidade social com o compromisso de gerar valor para os acionistas minoritários.
Para o Itaú, a visão também é otimista, reiterando recomendação equivalente à compra para ações do banco. Ainda assim, o Credit Suisse cortou o preço-alvo de R$ 36 para R$ 32. A equipe de research do banco suíço prevê lucro líquido de 5 bilhões em 2023, implicando em crescimento de 10% em relação a 2022 e ROE de 20,7%.
Já o Bradesco (BBDC4), as projeções não são tão boas, como no caso do Santander. O banco também possui recomendação de venda e seu preço alvo foi reduzido de R$ 19 para R$ 16. Ainda, o Credit projetou um lucro líquido reduzido em 12% para 2023, totalizando R$ 23 bilhões.