A Americanas (AMER3) pediu à Justiça um prazo de 48 horas para apresentar a lista completa de seus 16.300 credores, segundo informações do seu pedido de recuperação judicial, que foi protocolado nesta quinta-feira (18).
O documento disse que a Americanas pode se recuperar uma vez que possui ativos de “elevado valor e de uma posição de caixa positiva, desde que não sejam autorizadas as ilegais compensações e restituídos os valores apropriados indevidamente”.
O pedido de recuperação judicial também citou a competência das empresas do grupo e os bons indicadores do mercado em que opera. O documento diz que a Americanas gera mais de 100 mil empregos diretos e indiretos e paga cerca de R$ 2 bilhões de impostos ao ano, além de quase 150 mil acionistas.
Nesta quinta-feira (19), por volta das 15:55 (de Brasília), as ações da Americanas desabavam 32,18%, cotadas a R$ 1,18.
Americanas (AMER3) pede recuperação judicial
A Americanas (AMER3) entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19). As dívidas da varejista somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.
“O Grupo Americanas confia, portanto, que a recuperação judicial constituirá instrumento capaz de levar à reestruturação de suas dívidas e à adequação de sua estrutura de capital, com absoluto respeito aos direitos e prioridades das diversas categorias de credores, de modo a permitir que possam continuar a exercer suas atividades, gerando, dessa forma, riqueza e empregos, com inegáveis benefícios à comunidade e ao país”, escreveram os advogados da Americanas.
É o quarto maior caso já registrado no País, perdendo apenas para as recuperações judiciais da Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões) e Samarco (R$ 65 bilhões).
O pedido de recuperação judicial apresentado pela companhia destaca que “o risco, então, caso não seja deferido o imediato processamento desta recuperação judicial, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas, o que impedirá o cumprimento de obrigações diárias indispensáveis ao exercício da atividade empresarial, tal como o pagamento de fornecedores e funcionários”.
Os advogados das Americanas também estão pedindo a Justiça para derrubar a liminar obtida pelo BTG Pactual (BPAC11) e incluir o banco na recuperação judicial. A dívida da varejista com o banco é de R$ 1,2 bilhão.
Depois do pedido de recuperação judicial, a Americanas vai precisar apresentar um plano de recuperação dos seus negócios, que geralmente envolve venda de ativos e um pesado desconto na dívida. Além disso, os bancos vão ter que provisionar as perdas em seus balanços.