Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, defendeu nesta quarta-feira (18) a integração regional como forma de atrair investimentos para a América Latina. Além disso, o ex-presidenciável afirmou que a produção de energia limpa deve ser encarada como “elemento central no processo de reindustrialização”.
Ambas as declarações foram feitas em um painel sobre liderança na América Latina, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Além de Haddad, participaram do evento os presidentes do Equador, Guillermo Lasso, da Colômbia, Gustavo Petro, da Costa Rica, Rodrigo Chave e a vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña.
Segundo o ministro, a integração regional depende de investimentos em infraestrutura, elaboração de novos acordos comerciais e fortalecimento do Mercosul.
“Acredito que a integração dos nossos mercados para ganhos de escala consideráveis seja outro elemento importante para atrair investimentos externos, compatíveis com as nossas necessidades, de oferecer empego da mais alta qualidade para nossos trabalhadores. Não é só investimento em educação que deve ser feito, mas um tipo de investimento do qual nossa região tem um déficit importante. Para isso, a escala dos mercados é uma questão central”, disse.
Além disso, Haddad explicou de que forma a produção de energia limpa pode ser um diferencial para os países da América Latina. “Ela (a energia limpa) não é facilmente transportável – não se transporta energia eólica ou solar como se transporta o óleo – e isso pode ser uma vantagem não só por interligar as Américas com linhas de transmissão, mas pode ser um fator determinante para atração de indústrias que queriam produzir a partir de energia limpa para que a cadeia produtiva esteja em compasso com as determinações ambientais, que hoje são incontornáveis”, afirmou.
Imposto de Renda: governo quer reforma no 2º semestre, diz Haddad.
Na terça-feira (17), durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) afirmou que o governo pretende votar uma reforma sobre o imposto de renda ainda no segundo semestre deste ano.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto, muita gente no Brasil não paga imposto”, disse Haddad em evento em Davos. “Precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda”, completou.
Já a reforma tributária sobre o consumo, que é a “primeira parte” do projeto, deve ser votada no primeiro semestre, segundo o ministro.
Haddad também destacou as medidas fiscais apresentadas pela sua pasta na semana passada, voltada para responsabilidade fiscal, e a aprovação da PEC da Transição antes mesmo da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O governo Lula tem ambições para além das medidas anunciadas na semana passada. O mercado já entendeu o que significa o governo Lula e os seus últimos dois mandatos dão a ele condições de fazer o país prosperar”, afirmou o ministro Haddad.