A Americanas (AMER3) informou nesta terça-feira (17) que deixou de pagar os juros remuneratórios da 17ª emissão de debêntures. O pagamento iria ser realizado na última segunda-feira (16), segundo fato relevante assinado pelo diretor presidente, João Guerra.
O papel tem o código LAMEA7, segundo informações disponíveis no site da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Os ativos são atrelados ao CDI (taxa de referência da renda fixa) e a emissão ocorreu em julho de 2022, com captação de R$ 2 bilhões.
Em documento, a Americanas revelou que a medida é fruto da decisão tomada pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Na sexta-feira (13), o juiz Paulo Assed concedeu uma medida de tutela de urgência cautelar contra o vencimento antecipado de dívidas.
De acordo com comunicado da Americanas, tendo em vista a decisão da Justiça, a exigibilidade dos juros previstos na cláusula 4.2.2 da escritura da 17ª emissão de debêntures da companhia se encontra “suspensa”.
Americanas (AMER3): CVM abre quarto processo para analisar rombo
A Americanas (AMER3) será alvo de mais um processo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Na segunda-feira (16), o órgão monetário abriu um quarto processo administrativo contra a varejista para avaliar o rombo bilionário. O processo administrativo será conduzido pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP), que por enquanto concentra quase todas as análises. Outras áreas técnicas provavelmente serão envolvidas.
O site da CVM mostra que o processo 19957.000491/2023-12 está ligado à supervisão e tem a ver com “notícias, fatos relevantes e comunicados”. Na segunda-feira, CVM e B3 pediram esclarecimentos à Americanas a respeito de notícia publicada na noite de sexta-feira (13) pelo colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, a respeito da tutela de urgência cautelar das Americanas, em uma preparação para um pedido de recuperação judicial.
Nesta terça-feira (17), por volta das 15:30 (de Brasília), as ações da Americanas avançavam 3,61%, cotadas a R$ 2,01.