Americanas (AMER3): Santander coloca recomendação sob revisão

O fato é devido ao rombo bilionário divulgado pela Americanas

A recomendação da Americanas (AMER3) foi colocada sob revisão pelo Santander (SANB11). O fato é devido ao comunicado feito pela varejista na última quarta-feira (11), que informou sobre inconsistências encontradas em lançamentos contábeis, o que causou um rombo de R$ 20 bilhões.

“Com base na conclusão dos ajustes necessários, as demonstrações financeiras históricas da empresa terão que ser reapresentadas para refletir adequadamente as despesas financeiras relacionadas ao financiamento de fornecedores, com possíveis impactos no resultado e no balanço patrimonial da empresa”, escreveram os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo em relatório.

O Santander ainda não definiu o novo preço-alvo. Antes do anúncio do rombo, o valor justo para 2023 estabelecido se baseava em uma análise de fluxo de caixa descontado, para a qual a casa considerava um custo médio ponderado de capital de 10,8% e uma taxa de crescimento perpetuidade de 4,0%.

Nesta segunda-feira (16), por volta das 16:45 (de Brasília), as ações da Americanas derretiam 37,78%, cotadas a R$1,96.

Americanas (AMER3): fundos de investimento perdem quase 7%

Os fundos de investimento que tinham exposição aos papéis e debêntures da Americanas (AMER3) também sofreram com a divulgação de uma inconsistência contábil da ordem de R$ 20 bilhões na companhia.

Um levantamento do economista Marcelo D’Agosto, coordenador do Guia Valor de Fundos, com base em dados da Morningstar, apontaram que as perdas no dia seguinte à revelação do caso, na quinta-feira (12) chegaram a 6,83%, no fundo de ações Moat Advisory, distribuído na plataforma da XP (XPBR31), segundo informações publicadas pelo “Valor Econômico”.

Na própria quinta, a Moat Capital Gestão informou que as posições de seus fundos em ações ordinárias de Americanas na véspera chegavam ao máximo a 8% do patrimônio líquido do Moat Capital FIA Master, e que todas as posições dos fundos nesse ativo estavam de acordo com as métricas de risco dos respectivos produtos, apesar do cenário de estresse.

As carteiras da ARX Macro e ARX Extra recuaram 2,41% e 2,46%, respectivamente. Na quinta-feira, a ARX tinha feito comunicado aos cotistas informando que os fundos com maior exposição a Americanas eram o master do ARX Everest e a versão de previdência do Denali, com 1,2% e 1%, respectivamente. O Everest recuou 0,53% no dia 12, segundo o desempenho divulgado em seu site, enquanto o Denali Icatu Previdência perdeu 0,24%.

Ainda, o Butiá Debêntures Incentivadas marcou um prejuízo de 1,59% na sua cota e o Riza Daikon Advisory teve desvalorização de 1,08%.