Após os atos terroristas no Distrito Federal, ocasionados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, os bancos JP Morgan e Itaú BBA publicaram relatórios sobre o impacto das manifestações sobre o mercado de capitais brasileiro. Segundo as instituições, o impacto deve ser de curto prazo e ações de exportadoras tendem a se destacar neste cenário.
O Itaú BBA informou que ações de commodities, como da Suzano (SUZB3) e da Vale (VALE3), podem se destacar em um cenário onde o real pode se desvalorizar e as taxas de juros tendem a subir.
“Acreditamos que nomes de commodities como Suzano (SUZB3) , Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) são bons nomes para se ter neste ambiente”, afirmou o Itaú BBA em relatório.
“Esperamos que os preços dos ativos brasileiros sofram, dado o aumento do prêmio de risco institucional, mas com o tempo o impacto tende a diminuir, já que o o foco provavelmente retornará ao debate sobre política econômica. Devemos esperar que os mercados de ações sofram, os juros subam e o real se desvalorize, ainda que não por muito tempo, como aconteceu em episódios semelhantes em outros países”, complementou a instituição financeira, destacando os riscos domésticos.
A visão do JP Morgan sobre o mercado brasileiro após os atos terroristas
Em sua análise, o JP Morgan afirmou que é necessário observar se os protestos voltarão a acontecer e, caso aconteçam, qual será a intensidade deles.
“Os protestos de ontem foram centralizados em Brasília e é fundamental que não se espalhem em larga escala para outros estados ou que não causem um efeito cascata, como uma greve de caminhoneiros”, afirmaram os estrategistas do JP Morgan.
O banco internacional destacou que ações do setor financeiro e de matérias-primas podem ser boas alternativas para o momento.
“Gostamos de empresas do setor financeiro, bens de consumo discricionários (principalmente aqueles que atendem à população mais pobre), alimentos e bebidas e de matérias-primas. Estamos um pouco mais céticos agora em relação aos papéis proxies de títulos, considerando a curva de rendimento e a mudança na visão sobre os juros [vendo as taxas mais altas por mais tempo]”, avaliaram os especialistas do JP Morgan em relatório.