Americanas, Via e Magalu dispararam nos últimos pregões. Por que?

Com o carro das varejistas sendo puxado pela Americanas (AMER3), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), nesta sexta-feira (6), os papéis das companhias do setor operam em alta. Por volta das 15h15, as ações da Americanas subiam 5,06%, cotadas a R$ 10,18, ficando entre as cinco maiores altas do Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa. De acordo com analistas, o movimento dos papéis de empresas do setor é muito mais técnico do que específico, como explica Rodrigo Fraga, analista da Guide Investimentos.

“Não é nada muito específico do setor ou de atividade, mas é um fator técnico. Teve o dado do payroll que foi divulgado nos Estados Unidos e acabou animando o mercado, mas ainda não é necessariamente uma tendência, é um fator pontual. Hoje não tivemos nenhuma declaração muito desastrosa do governo, como tinha sido a tônica no final do ano passado, então até essa neutralidade, ou ausência de declarações do governo, no sentido de medidas heterodoxas na economia, acabam fazendo com que a curva de juros dê uma cedida”, explicou Fraga. 

O analista destacou que, com esse movimento mais técnico, de queda da curva de juros, os papéis ligados ao crescimento, como é o caso das varejistas, acabam sofrendo ajustes pontuais e positivas no valuations. 

“Realmente as performances dos dias onde a curva de juros dá uma cedida fica bem evidente, né? É um movimento muito mais técnico do que eventualmente algum fator novo pro setor”, afirmou Fraga. 

Seguindo a alta de Americanas, Via e Magazine Luiza também operaram em alta durante esta sexta. Enquanto Via subia 2,14%, cotada a R$ 2,39, Magalu operava em alta de 2,63%, a R$ 2,73.

Fernando Ferrer, analista da Empiricus, também chamou a atenção para a amenização da política em relação às mudanças nos gastos do País e a possibilidade de intervenção em estatais.

“Além de membros do governo desmentirem a ideia de desfazer a reforma da previdência e a confirmação de que os ajustes no marco do saneamento não passaram de um mal entendido, a coletiva da Simone Tebet ontem e a reunião ministerial hoje para alinhamento de discurso retiraram a pressão da Bolsa. Desse modo, grande parte dos ativos que haviam apresentado um péssimo desempenho no ano estão se recuperando, isso vale para as varejistas também”, disse Ferrer.