Em relatório divulgado nesta sexta-feira (06), analistas do JPMorgan cortaram a recomendação dos papéis da Hapvida (HAPV3) para neutra, com preço-alvo reduzido de R$ 9,50 para R$ 5,50. Com isso, as ações da companhia lideravam as maiores quedas do Ibovespa, recuando 2,52%, a R$ 4,65.
A equipe do banco norte-americano enxerga “ventos contrários” mais fortes ao crescimento e à lucratividade. Joseph Giordano e Estela Strano citaram que o mercado de trabalho, provavelmente mais fraco no meio do ano, deve prejudicar a expansão da base de membros da empresa.
Os analistas também citaram que o ambiente desafiador de precificação para recompor os níveis históricos de sinistralidade (MLR/ou ‘medical loss ratio’) deve permitir a normalização da rentabilidade apenas no segundo semestre do próximo ano, mesmo com sinergias esperadas da aquisição da Intermédica.
Para o JPMorgan, os próximos 24-30 meses serão mais desafiadores do que o mercado espera, “embora ainda vejamos a empresa como uma estruturante ganhadora de market share nos planos privados de saúde, principalmente se tivermos uma perspectiva positiva para o mercado de trabalho”, apontou o relatório.
Além da Hapvida: perspectivas para Odontoprev e Rede D’or
No caminho contrário da Hapvida, o JPMorgan elevou tanto o preço-alvo como a recomendação para a Odontoprev (ODPV3), alegando a empresa deve registrar leve crescimento real dos lucros, o que a colocaria como um “player interessante” no setor.
Portanto, a recomendação para a Odontoprev foi atualizada para neutra, e o preço-alvo de R$ 9,50 para R$ 10,50.
Além disso, os analistas do banco citaram chance de revisões para cima do lucro por ação devido ao menor perfil de sinistralidade nos planos de pequenas e médias empresas, enquanto a frequência de utilização de planos corporativos e individuais já foi normalizada.
No entanto, nem Hapvida e Odontoprev são as preferidas do setor para o JPMorgan. O banco reiterou que a Rede D’Or (RDOR3) é o top pick em saúde, já que domina os principais mercados privados, o que, na visão dos analistas, oferece poder de negociação acima da média com os pagadores.