Gafisa (GFSA3) oficializa aumento de capital

A homologação deste aumento deve gerar um novo capítulo entre Gafisa e Esh Capital

A Gafisa (GFSA3) oficializou na noite de terça-feira (3) um aumento de capital em R$ 78,1 milhões, mais da metade do que foi indicado ao mercado no fim de novembro. A homologação deste aumento deverá gerar um novo capítulo entre a incorporadora e a Esh Capital, que questiona o movimento.

A operação que custou R$ 5,89 por ação aos subscritores significa, na prática, uma diluição dos acionistas que não acompanharam o aumento de capital. Com esse aumento de capital, a Gafisa agora possui 51,1 milhões de ações em circulação, com capital social estimado em R$ 1,33 bilhão.

A Esh alegou que não participou da subscrição, diluindo sua participação acionária, que era de 15,1% na empresa. 

“Ao promover o aumento de capital, a Gafisa atropelou a prerrogativa da AGE [assembleia geral extraordinária], marcada para 9 de janeiro, de deliberar sobre essa decisão. Obviamente, a administração da companhia tem interesses conflitantes e no mínimo deveria se declarar impedida de deliberar sobre isso”, escreveu a gestora, em nota.

Gafisa (GFAS3): short squeeze fez ações dispararem quase 50%

Um short squeeze fez os papéis da Gafisa (GFAS3) dispararem quase 50% nos dois últimos pregões de 2022 como resultado de uma disputa entre a gestora Esh Capital e Nelson Tanure, o maior acionista da incorporadora.

A Esh Capital, liderada por Vladimir Timerman, tem se posicionado há meses contra as decisões de Tanure,que possui 20% do capital. A discordância mais recente foi por conta de um aumento de capital de R$ 150 milhões que a Gafisa anunciou há um mês. A gestora questionou na Justiça, alegando que aumento seria muito dilutivo para a base de acionistas.

Outro tema que gerou tensão entre os dois investidores é sobre a data de uma assembleia de acionistas convocada pela Esh e que vai debater questões estratégicas para a empresa. A companhia havia pedido à Gafisa que convocasse a assembleia, porém acabou decidindo convocar ela mesma a AGE para o dia 2 de janeiro, que seria presidida por Timerman. Apesar disso, a administração da incorporadora alegou que tem a prerrogativa para decidir a data da AGE. As informações são do “Brazil Journal”.

Dado a subida astronômica dos papéis da Gafisa, o mercado vem especulando que ocorreu um short squeeze, pois muitos investidores que pretendiam participar da assembleia pararam de disponibilizar suas ações para aluguel, o que obrigou quem estava vendido a buscar o papel no mercado à vista.