Fernando Haddad (PT), futuro ministro da Fazenda do governo Lula (PT), disse em entrevista ao jornal “O Globo” que o déficit primário de R$ 220 bilhões previsto no Orçamento de 2023 será menor.
“Esse déficit não vai acontecer, ponto final. Isso não vai acontecer. Não é a maneira que eu trabalho”, afirmou o ex-presidenciável.
O ministro ainda revelou que irá realizar diversos anúncios formais no começo de 2023.
“Serão vários anúncios formais, mas o que eu quero dizer é: o governo tem que dizer ao que veio logo. Arrumar a casa é o item um. Rever desonerações e benesses que foram dadas eleitoralmente e que não têm base técnica nenhuma. Temos que rever os atos desesperados. Isso é uma sinalização clara porque o Banco Central vai responder a ela, os investidores estrangeiros vão responder”, relatou.
De acordo com Fernando Haddad, o governo Lula terá quatro anos, mas a economia precisa se ajustar logo no primeiro. Segundo seus cálculos, houve um aumento de gastos de 3% do PIB pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para ganhar a eleição, 1,5 ponto percentual de aumento de gastos e 1,5 ponto de desonerações sem base técnica.
Haddad anunciou mais quatro nomes para Fazenda
O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou na última quinta-feira (22) mais quatro novos secretários para a pasta. Guilherme Mello (Política Econômica), Robinson Barreirinhas (Receita Federal), Marcos Barbosa Pinto (Reformas) e Rogério Ceron (Tesouro Nacional) foram os nomes confirmados pelo petista.
Os nomes foram divulgados por Haddad em pronunciamento a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde ocorre a transição de governo.
Mello é coordenador do programa de pós-graduação em desenvolvimento econômico da Universidade de Campinas (Unicamp) e fez parte do grupo de economia da equipe de transição do governo Lula (PT).
Barreirinhas é advogado e consultor desde 2017, além de atuar como professor de Direito Tributário e Financeiro. O futuro secretário da Fazenda também teve diversas passagens por cargos públicos da capital paulista.
Ceron, por sua vez, é auditor fiscal por formação e atualmente ocupa o cargo de diretor-presidente da SP Parcerias, empresa do município de São Paulo que tem o objetivo de estruturar privatizações, concessões e parcerias público-privadas. O novo secretário foi secretário de Finanças da capital paulista durante o tempo que Haddad ocupou a prefeitura.
Já Marcos Barbosa Pinto foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sócio da Gávea Investimentos. O novo secretário de Haddad também foi o pivô da demissão do então presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, no início do governo Jair Bolsonaro (PL).