Nesta semana, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) promoveu mais uma alta nos juros dos EUA, mostrando estar comprometido em reduzir a inflação norte-americana. Apesar da quinta elevação seguida, investidores esperam que a escalada dos juros continue em 2023.
Movimentos como este foram os responsáveis por grandes crises no passado. Em 1999-2000 criou as bases para a Crise da Internet e em 2007-2008 culminou na Crise do Subprime. Dentro deste cenário, os especialistas recomendam que investidores estejam preparados para aproveitar as oportunidades da bolsa que estarão por vir.
“Durante a vida do investidor ocorrem momentos especiais e raros, quando o mercado gera oportunidade de multiplicação do patrimônio de uma forma rápida e segura. São as grandes crises na bolsa de valores. Nos últimos 30 anos, com exceção da Pandemia, todas as crises têm as mesmas características: se iniciam com um aumento na taxa de juros nos EUA; ocorre um crash em algum mercado ou indústria (bolsa, bancos, setor imobiliário) e ocorre uma recuperação posterior da bolsa”, relatou o CEO (diretor executivo) da VG Research, Vicente Guimarães.
De acordo Guimarães, o investidor sempre precisa estar preparado para o inesperado. “Não tem como prever uma crise. Pode ser amanhã, daqui a 1 ou 2 anos. O importante é estar preparado financeiramente (com caixa) e mentalmente (para investir quando todos estão com medo e fugindo da bolsa) para aproveitar essas oportunidades raras e únicas”, explanou.
“A reserva de liquidez deve estar em algum tipo de investimento que não tenha relação com a bolsa de valores e que tenha liquidez imediata”, complementou Guimarães.
Uma das opções para manter o patrimônio líquido e ainda rendendo acima do CDI (Certificados de Depósitos Interbancários) é o chamado fundo de caixa. Com liquidez D+2 e sem incorrer em risco crédito privado corporativo, tais fundos têm registrado forte crescimento da demanda.
Em apenas 3 anos, um dos fundos geridos pela Trópico Investimentos teve seu patrimônio líquido multiplicado por dez, passando de R$ 50 milhões em 2020 para mais de R$ 500 milhões em 2022.
“Independente se o objetivo for esperar o momento do mercado, investir o caixa da empresa por um período curto até a data dos pagamentos ou preservar a reserva de emergência, não se pode ser leviano ao olhar apenas a liquidez. É preciso buscar produtos que alinham as três características necessárias para este tipo de aplicação: risco baixo, liquidez elevada e rentabilidade acima do CDI. Neste sentido, os fundos de caixa superam as alternativas hoje disponíveis no mercado”, afirmou o gestor da Trópico Investimentos, Fernando Camargo Luiz.
Após aumentar os juros, colegiado do Fed também aumentou a previsão da taxa para 2023, vendo a taxa de juros a 5,1% no fim do ano que vem, contra 4,6% nas projeções apresentadas em setembro.