O JPMorgan reduziu o preço-alvo para os ADRs da Embraer (EMBR3), de US$ 16 para US$ 15,50, refletindo um possível cenário macroeconômico mais complicado em 2023. Apesar disso, o banco reiterou avaliação de compra para os ADRs da companhia, pois espera um quarto trimestre com forte geração de caixa.
Segundo o banco, a situação no próximo ano pode levar a entregas mais baixas na aviação comercial. A estimativa do JPMorgan aponta que o número de aeronaves e jatos pode cair de 75 para 70 e 110 para 105, respectivamente.
Mesmo assim, o time de research do banco acredita que 2023 seja um ano melhor, apesar da potencial recessão no horizonte. De acordo com o banco, isso reflete uma melhoria contínua nas cadeias de suprimentos e entregas mais altas em 10%; uma chance de alta nos pedidos do segmento de defesa; e crescimento de serviços e suporte, refletindo novos contratos e maturação.
Além disso, a empresa espera o fim do arbitragem da Boeing durante o primeiro trimestre de 2023, que não está incluída nos números do banco.
Eve, controlada da Embraer, é fonte de valorização
Segundo o banco, a Eve, controlada da Embraer, representa outra fonte de valorização significativa para a empresa, já que a companhia está atualmente avaliada em US$ 2,1 bilhões, adicionando US$ 11,00 por ADR ao preço-alvo.
Em termos de avaliação, a Embraer está sendo negociada a um valor da firma sobre lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) de 2023 de 4,6 vezes, abaixo da sua média de 5 anos de 8,3 vezes, o que é considerado barato por analistas.
Ainda, quanto ao faturamento da Embraer para este ano, o JPMorgan espera US$ 4,5 bilhões contra guidance de US$ 4,5 e US$ 5 bilhões e consenso de US$ 4,6 bilhões.
Já para o Ebitda, analistas projetam US$ 452 milhões para 2022 versus guidance de US$ 360 milhões a US$ 450 milhões e consenso nos EUA de US$ 371 milhões.
Por fim, o JPMorgan destacou em relatório que a companhia enfrentou a tempestade perfeita este ano devido ao guidance conservador sobre margens e FCF; ao aumento da pressão sobre a oferta correntes; e a preocupações na execução devido a taxas mais altas.
Por volta das 12h50 (de Brasília) desta terça-feira (06), as ações da Embraer (EMBR3) tinham alta de 0,81%, a R$ 13,68.