Chefe da área de investimentos do C6 Bank, Igor Rongel notou um aumento do interesse dos clientes do banco por ativos internacionais, apontando uma nova tendência no mercado brasileiro, em um ano marcado pela renda fixa nos holofotes após a retomada da trajetória de alta da Selic.
“2022 foi um ano até acima das expectativas. Os juros em patamares altos gerou a migração esperada para os produtos de renda fixa. Ainda assim, a hipótese de retração na renda variável não aconteceu. As pessoas que foram para a bolsa quando os juros estavam a 2% ao ano continuaram lá”, avalia o executivo do C6, ao “EInvestidor”.
“Outro movimento que enxergamos foi uma demanda maior por produtos internacionais. O investidor se deu conta de que, dificilmente, as melhores oportunidades de investimento estão no Brasil”, completou Rongel.
Com o que se projeta para o Governo Lula, a Avenue destacou o número de abertura de contas ficar três vezes acima da média pré-eleição. De acordo com a corretora americana, os volumes de remessas mais do que duplicaram.
O chefe da área de investimentos do banco também projetou o ano com o novo governo. “Sempre nos preparamos independentemente do cenário político. Do ponto de vista mais macroeconômico, as taxas de juros permanecerão altas e a inflação provavelmente vai começar a ceder um pouco mais no final do ano que vem. O câmbio é muito difícil de prever. Se o investidor estiver dentro do seu nível de risco, diversificado de uma maneira eficiente, vai aguentar qualquer cenário”, destacou.
Buscando atender as demandas do investidor no exterior, o banco digital deverá continuar expandindo a sua solução de investimento internacional, segundo a C6 Global Invest. No primeiro semestre do próximo ano, os clientes já terão acesso a títulos de renda fixa pela plataforma, contou Rongel.
“Teremos alguns produtos de renda fixa de fora no aplicativo no primeiro semestre de 2023. O segundo drive é fazer com que o cliente se sinta à vontade de investir internacionalmente, tornando a experiência tão simples quanto a de investir no Brasil”, anunciou.
C6 Bank está entre os líderes em reclamações
O banco está entre os líderes no ranking das instituições financeiras com mais reclamações no terceiro trimestre deste ano, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Central em outubro.
“Montamos várias forças-tarefa dentro do banco. Os produtos que lideram esse ranking são os que têm maior consumo e transação, como cartão de crédito e conta corrente. Independentemente do produto ser mais transacionado ou menos, a seriedade é a mesma”, afirmou Rongel.
Ainda assim, o que se viu foi o C6 apresentando uma melhora no volume de reclamações, dado que era o primeiro no trimestre imediatamente anterior.
“Essa força-tarefa já deu resultado e caímos de primeiro para segundo lugar no ranking e o julgamento dos casos tem um delay de até três meses, então vamos cair mais ainda”, celebrou.
De acordo com o BC, as principais queixas registradas entre julho e setembro foram sobre irregularidades relativas à segurança, sigilo, integridade, confiabilidade ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito.
No terceiro trimestre, o BTG Pactual/Banco Pan atingiu 76,14 pontos no ranking, fruto de 1.559 reclamações procedentes em um universo de 20,473 milhões de clientes. Logo em seguida vieram C6 Bank (50,18 pontos), BMG (46,87 pontos), Inter (36,81), Santander (28,54) e Bradesco (25,18).