Política

PL alega que relatório só visa 2º turno para evitar tumulto

O documento do PL sobre as urnas não questiona o primeiro turno das eleições

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, afirmou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o relatório contra o resultado das eleições visou somente anular votos proferidos no 2º turno para evitar “grave tumulto processual”. O documento apresentado pela sigla não questiona o primeiro turno do pleito, ocasião em que 99 deputados federais e oito senadores da legenda foram eleitos. 

A legenda respondeu ao tribunal nesta quarta-feira (23) após o ministro Alexandre de Moraes cobrar dados envolvendo o 1º turno da votação.

“Estender a verificação extraordinária pretendida também para o primeiro turno parece ser medida açodada, especialmente porque, como efeito prático, traria a própria inviabilidade da medida ora pretendida, em razão da necessidade de fazer incluir no polo passivo da ação todos os milhares de candidatos que disputaram algum cargo político nessas eleições, bem como seus Partidos, Coligações e Federações”, afirmou o PL. 

Bolsonaro pede anulação de votos em parte das urnas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para pedir a anulação dos votos de 250 mil urnas eletrônicas. A legenda afirmou que especialistas em tecnologia encontraram evidências de mau funcionamento nos sistemas de todas as urnas eletrônicas de modelos anteriores ao ano de 2020.

“Pretende-se com a Verificação Extraordinária, ora requerida, confirmar os ‘Indícios de Mau Funcionamento das Urnas Eletrônicas’ apresentados no Relatório Técnico do PL, de modo a comprovar a incerteza dos resultados gerados pelas urnas eletrônicas de modelos de fabricação anteriores a UE2020, ou seja, modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015”, disse um trecho do documento.

Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, anunciou nesta terça-feira (22) que o partido entrou com a ação no TSE para “contribuir para o fortalecimento da democracia do nosso país”. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa, em Brasília.

Assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, a representação citou o laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL. O órgão teria constatado “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”.

O engenheiro Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), participou da entrevista e explicou que 40,8% das urnas funcionam “da forma esperada”. Nas outras, segundo ele, “é impossível associar o registro de cada atividade ao hardware que teria gerado aquela atividade”, disse.