Política

"Ninguém está passando fome no mercado", diz Gleisi

Gleisi Hoffmann criticou a reação do mercado à PEC da Transição

A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, criticou a reação do mercado à PEC da Transição, que foi apresentada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira (16). Nesta quinta-feira (17), por volta das 14:55 (de Brasília), o Ibovespa caia 2,25%.

“Esse pessoal não vai mudar o que fizemos na campanha. Não vamos fazer estelionato eleitoral. Para de mimimi”, afirmou Hoffmann ao portal “G1”. “Esse mercado é uma vergonha, ninguém está passando fome no mercado”, completou.

A PEC da Transição propõe que o Auxílio Brasil e outros gastos sociais fiquem permanentemente de fora do teto de gastos, mecanismo implementado no governo de Michel Temer (MDB) para limitar o aumento das despesas do governo federal.

“Óbvio que [o Bolsa Família] é extratexto, vamos parar com essa palhaçada. Se quer fazer sua agenda, bota nome na praça e vai buscar voto. Eles [o mercado financeiro] estão especulando. Quer dizer que aumentar despesa com juros não tem problema, mas pelo lado do Bolsa Família tem problema? Eles que vão buscar voto, por que não se manifestaram durante a campanha? Não estamos na década de 90 que mercado é todo poderoso. Vergonhoso”, afirmou Gleisi Hoffmann.

Lula: “vai subir dólar e cair bolsa, paciência”

Além das declarações de Hoffmann, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, mais uma vez, o fim do teto de gastos, nesta quinta-feira (17). Dessa vez, a fala do petista foi durante um encontro com representantes da sociedade civil na Conferência COP27, no Egito. 

“Temos de fazer um país mais humano. Se não resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência”, disse Lula.

“O que é o teto de gastos? Se fosse para discutir que não vamos pagar a quantidade de juros do sistema financeiro que pagamos todo ano, mas mantivéssemos os benefícios, tudo bem. Mas não, tudo o que acontece é tirar dinheiro da educação, da cultura. Tentam desmontar tudo aquilo que é da área social”, acrescentou o vencedor da corrida presidencial de 2022.

O presidente eleito também aproveitou o momento para tratar sobre temas ligados a ONU. Lula defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com a inclusão de mais países, como a África. Além disso, Lula citou a possibilidade de mudança no direito de veto.

“A ONU precisa mudar, não precisa ficar só com os países que ganharam a Segunda Guerra Mundial”, frisou. Para o presidente eleito, é preciso de uma ONU forte para “lidar com a questão do clima como precisamos”, afirmou.