O Goldman Sachs elevou a recomendação das ações da BRF (BRFS3), de venda para neutro, mantendo preço-alvo de R$ 13,20. A mudança do banco ocorreu após forte queda dos ativos e levando em conta as perspectivas com mudanças na alta administração da empresa.
A equipe de research do banco americano ressalta que desde que foi adicionada à lista de vendas entre as ações de sua cobertura na América Latina, em 11 de abril de 2022, a ação da empresa de frigoríficos e proteína caiu 35%, contra baixa de 4% do Ibovespa, o principal índice da Bolsa.
Além disso, a BRF reportou resultados fracos no terceiro trimestre de 2022. A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 136,8 milhões, montante menor em comparação com os R$ 277 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
No terceiro trimestre, a companhia obteve uma receita líquida de R$ 14,1 bilhões, alta de 13,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, com margem Ebitda de 9,8%.
No mercado brasileiro, responsável por cerca de 60% do faturamento da BRF, a receita líquida foi de R$ 6,8 bilhões, alta de 6% na comparação anual, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de R$ 458 milhões, queda de 48% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
As ações da companhia caíram 8% após os resultados, pressionadas pelo maior escrutínio do mercado em relação às empresas que não atenderam às expectativas, falta de visibilidade de curto prazo, bem como maior aversão ao risco em relação ao mercado brasileiro pós-eleições.
Para os analistas, a retração recente dos ativos oferece oportunidade de reavaliar o caso da BRF à luz da recuperação operacional em curso e das mudanças recentes para a equipe de gestão e para o Conselho.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (16), as ações da BRF (BRFS3) operavam em queda de 1,66%, a R$ 11,26.