O CEO da Eneva (ENEV3), Pedro Zinner, comunicou ao conselho de administração sua intenção de deixar o cargo, que ocupa há seis anos, na última terça-feira (1). Com isso, as ações da empresa de energia caíam 4,67% por volta das 13h10 (horário de Brasília) desta quinta-feira (3). Os papéis, no entanto, chegaram a recuar quase 6% no pregão da B3.
O conselho ainda informou que iniciou o processo de sucessão e Zinner contribuirá para a transição. Ele deve permanecer no cargo até 31 de março do próximo ano.
Para analistas do Itaú BBA, Zinner teve um papel crucial na virada da Eneva e nas decisões de alocação de capital que criaram “enorme valor” para seus acionistas, uma vez que, sob o seu comando, o valor de mercado da companhia passou de R$ 4 bilhões para mais de R$ 22 bilhões.
“A Eneva possui um pacote de remuneração bastante agressivo, com alta remuneração variável e incentivos de longo prazo que incluem opções de ações. A ação teve um desempenho incrível nos últimos anos, tornando Zinner um dos CEOs mais bem pagos do Brasil”, comentou o banco, em relatório.
Para analistas do BBA, existem algumas maneiras diferentes de interpretar este evento: . Zinner não está mais muito otimista com as perspectivas de longo prazo da empresa, tornando sua remuneração futura menos atraente, ou a renúncia é um desdobramento natural.
Analistas do JP Morgan também comentaram a notícia. Para eles, Pedro Zinner tem sido fundamental para a reestruturação financeira da Eneva e notável crescimento nos últimos anos. Com isso, o banco americano acredita que a companhia deve nomear um novo CEO com experiência semelhante no setor de energia e mesmo alinhamento de interesse com acionistas.
Por enquanto, o JP Morgan entende que as notícias podem decepcionar os antigos acionistas da Eneva, e também aponta que enxergava possibilidade de queda das ações após o anúncio.