Restoque (LLIS3) conclui reestruturação da dívida

O aumento de capital, homologado na quinta-feira à noite pelo conselho de administração, será de R$ 1,64 bilhão

A Restoque (LLIS3), grupo de moda dono de marcas como Le Lis Blanc, Bo.Bô, Dudalina e Rosa Chá, deu o último passo necessário para equacionar sua estrutura de capital e partir para uma nova etapa menos turbulenta. O aumento de capital, homologado na quinta-feira à noite pelo conselho de administração, será de R$ 1,64 bilhão – R$ 57 milhões acima do que a companhia esperava – com conversão de 93% da dívida em ações.

Os debenturistas tinham a opção de converter a totalidade da posição ou 75% e o resto em nova dívida. A ação será emitida a R$ 2,10. Em bolsa, o papel vale atualmente R$ 1,88. Na sexta-feira (28), ele subiu 4,44% com a conclusão da reestruturação financeira. Assim, a dívida total sai de R$ 1,76 bilhão para R$ 130 milhões. 

“Com esse procedimento final, a companhia emite uma nova debênture, com oito anos de prazo e três de carência, e a alavancagem sai de um patamar de quase 10 vezes para 0,6”, disse Marcelo Faria de Lima, chairman da Restoque, segundo o “Pipeline”. 

A nova debênture tem custo de CDI mais 1,1%. A companhia vem desenhando a reestruturação desde o final de 2019, costurada pelo chairman com a gestora WNT, que comprou grande parte da dívida no mercado e agora vira acionista relevante.

Restoque se concentrará no aumento de vendas

Após equalizar a estrutura de capital, a varejista agora irá se concentrar na eficiência e aumento de vendas na rede atual, evitando estratégias agressivas de descontos na gestão de estoques. O foco de crescimento será na mesma base de lojas, antes de retomar planos de expansão com novas unidades.

“A companhia está um bom momento operacional e daqui para frente vamos acelerar a renovação das lojas, um processo que tem dado desempenho acima das nossas expectativas”, diz Lima, citando o desempenho de lojas reformadas da Le Lis Blanc e John John. “Vamos continuar focados nesse crescimento de vendas por metro quadrado, com preço cheio e aproveitamento de coleção”. 

Atualmente, a Restoque vale em bolsa 5% do que valia há cinco anos. Porém, o balanço indica que o pior já passou.