O Ibovespa encerrou a semana anterior às eleições para a Presidência da República em baixa de 4,49%. A sexta-feira (28) também foi de queda, com investidores montando posições para se beneficiarem dos resultados das urnas. Dessa forma, o principal índice da Bolsa caiu 0,09%, aos 14.539 pontos. O dólar recuou 1,08%, a R$ 5,28.
“O Ibovespa operou desde o início do pregão com leve queda na contramão com o exterior. Na minha visão, temos um cenário hoje de investidores montando posições para se beneficiarem do resultado da eleição no próximo domingo”, explicou Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT CAPITAL.
A Vale (VALE3), que divulgou seu balanço corporativo do terceiro trimestre na quinta-feira (26), perdeu 5,25%. A companhia registrou lucro líquido de US$ 4,45 bilhões no período, número que representa uma queda de 18,7% na base anual. Dessa forma, encerrou entre destaques negativos do pregão.
Os papéis de mineradoras e siderúrgicas também lideraram as perdas. CSN (CSNA3) recuou 5,90% e Gerdau (GGBR4) caiu 3,80%. Usiminas (USIM5) teve baixa de 4,30%, após divulgar balanço corporativo, que veio abaixo do esperado. A empresa reportou lucro líquido de R$ 609 milhões no terceiro trimestre de 2022.
Bradespar (BRAP4) também encerrou entre maiores perdas, recuando 3,69%.
“Enquanto na semana passada, setores que se beneficiariam com Bolsonaro eleito andaram bem, hoje são os setores que se beneficiariam de Lula eleito que estão no positivo. A carta de Lula, além de boa parte das pesquisas indicando a vitória dele, podem estar impactando na bolsa hoje e favorecendo esses setores ligados a ele. Esse sentimento do mercado começou no último domingo com a crise envolvendo Roberto Jefferson e seguiu com a falta de algum fato novo ao passar da semana”, apontou Azevedo.
Com isso, empresas que poderiam se beneficiar com uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fecharam entre destaques positivos. Americanas (AMER) e Méliuz (CASH3) avançaram, respectivamente, 4,08% e 7,41%. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) subiram, respectivamente, 3,55% e 4,10%.
A Klabin (KLBN3), que divulgou seus resultados trimestrais na última quarta-feira (26), fechou no ranking de maiores altas, subindo 2,56%, com um lucro líquido de R$ 2,053 bilhões entre julho e setembro, alta de 69% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, foi destaque. No setor, a Suzano (SUZB3) registrou um lucro líquido consolidado de R$ 5,44 bilhões no terceiro trimestre de 2022 e seus papéis subiram 3,54%.
Fechando o ranking de maiores ganhadoras, Assaí (ASAI3) e Locaweb (LWSA3) subiram, respectivamente, 3,69% e 3,48%.
No setor de petróleo, Petrobras (PETR3;PETR4) caiu 1,87% e 1,79%, respectivamente. PetroRio (PRIO3) teve alta de 1,16%. Petrorecôncavo (RECV3) ganhou 1,44%. 3R Petroleum (RRRP3) perdeu 0,87%.
Entre os bancos, Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,39%. Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) também avançaram, respectivamente 0,10% e 0,48%. Santander (SANB11) perdeu 0,86%.
A Hypera (HYPE3), que reportou, na última quinta-feira (27), um lucro líquido das operações continuadas de R$ 469,7 milhões no terceiro trimestre de 2022, subiu 1,48%. A cifra é 1,1% maior do que o valor reportado no mesmo período de 2021.
No terceiro trimestre de 2022, a Grendene (GRND3), dona das marcas Melissa, Ipanema e Rider, registrou lucro líquido ajustado de R$ 198,5 milhões. As ações da empresa fecharam em alta de 0,78%.
No exterior, bolsas de Wall Street fecharam no azul, na contramão do Ibovespa. Nasdaq avançou 2,87%, Dow Jones subiu 2,59% e S&P 500 ganhou 2,45%.